Apesar de queda no preço da soja, Geller vê produtor animado no plantio da safra

A retração no mercado internacional, com a baixa no preço da soja não deve atrapalhar a safra de grãos 2014/2015. A opinião é do Ministro da Agricultura, Neri Geller, que participou de reunião neste fim de semana em Lucas do Rio Verde. Na sexta-feira, o ministro fez o lançamento do plantio da safra em Sorriso, município com maior produção de soja do país.

Para Geller, a baixa no preço da oleoginosa não deve ser empecilho para que a produção. “Nós estamos com uma pequena queda no preço em função do grande excedente que estamos produzindo, tanto a safra americana, quanto a América do Sul, mas mesmo assim o ânimo dos produtores amparados com as novas tecnologias e investimento do Governo Federal, através da comercialização”, apostou Geller.

Entre os itens citados pelo ministro que contribuem para estimular os produtores estão os investimentos em logística e também os ajustes no Código Ambiental, que dá segurança jurídica para o plantio da safra.

O ministro cita, entretanto, que o produtor deve estar atento a sinalização de aumento de valores para fazer a comercialização. Neri assegura que o governo está cuidando do câmbio para evitar que o produtor sofra prejuízos. Geller citou a demanda crescente por alimentos como essencial para a manutenção do otimismo no setor agrícola. “Isso é muito positivo do ponto de vista de se avançar na produção e ter a sustentabilidade de renda em função do crescimento da demanda mundial”, destaca.

No encontro deste domingo, ocorrido no Sindicato dos Produtores Rurais de Lucas do Rio Verde, o prefeito em exercício, Miguel Vaz Ribeiro, valorizou a importância de contar com um representante do setor produtivo local no mais alto escalão do Governo Federal e com condições de tomar decisões que favoreçam o produtor. “Nós temos uma deficiência de muitos anos em logística e tendo hoje um ministro é uma forma interessante de solução”, apontou Vaz, acrescentando que outros mecanismos podem ser utilizados para impulsionar o setor produtivo, como os programas que garantem o preço mínimo da comercialização dos produtos.

O vice-presidente do Sindicato Rural, Julio Cinpak, analisa que o momento vivido pelo produtor é diferente do que vinha ocorrendo nos últimos anos, trazendo certa instabilidade. Ele cita que o preço das commodities baixou, enquanto o custo de produção foi mantido e até seguiu elevado. “Hoje, do jeito que está, as contas do produtor não fecham”, lamentou. Cinpak entende que a conversa com o ministro foi importante, para buscar a viabilidade do setor produtivo. 

As chuvas dos últimos dias foram favoráveis, mas as variedades de plantas com ciclos mais longos já começam a ganhar os campos. Cinpak lembra que Lucas do Rio Verde tem uma área consolidada e sempre há preocupação com as pragas na lavoura. “Quanto mais tarde, fica mais suscetível, mas o produtor vai acabar plantando. Ainda é cedo, não é uma época ainda muito propícia, deveria ser mais pro final de setembro e início de outubro”, citou.