Mato Grosso, 28 de Março de 2024
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Após pedágio de índios, secretaria de MT anuncia construção de pontes

09.10.2014
07:28
FONTE: G1 MT

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  • Índios bloqueiam a MT- 170, que liga os municípios de Juína a Brasnorte (MT).
Após oito dias de protesto dos índios da etnia Enawenê-nawê, que interditaram a ponte sobre o Rio Juruena, na MT-170, entre os municípios de Juína e Brasnorte, a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu) informou ao G1 que deverá iniciar a construção de pontes  na estrada que dá acesso à aldeia a partir de segunda-feira (13). Os indígenas alegam que a estrada que liga a aldeia até a rodovia federal BR-174 está precária e, como forma de protesto, eles estão cobrando pedágio de até R$ 100 aos motoristas que trafegam pela região.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Septu disse que uma equipe de técnicos já esteve no local e durante a vistoria foi constatado que serão necessários construir e reformar 16 pontes na estrada. Com isso, os serviços devem iniciar no dia 13 e a previsão de término das obras, segundo a secretaria, poderá variar entre 30 e 40 dias, por ser considerada uma região de mata fechada. Inicialmente o órgão anunciou uma reunião que estaria agendada para esta quinta-feira com representantes da secretaria e os índios, na cidade de Juína, distante 737 km de Cuiabá. Porém, o encontro foi cancelado, conforme a secretaria, pelo fato da equipe técnica já ter ido ao local e realizado a vistoria.

Os Enawenê-nawê encaminharam nesta quarta-feira (8) um documento à  Prefeitura de Juína alegando que até o momento não houve proposta e nem negociação feita com o grupo por pate do governo do estado. “Hoje, 8 de outubro de 2014, e até agora o governo do estado não veio conversar e apresentar proposta para resolver o problema, também o governo não aceitou receber os Enawenê-nawê juntamente com o prefeito de Juína e Funai”, consta trecho da carta elaborada pelos indígenas.

A Septur informou ainda que, somente após a construção e reforma das pontes, os trabalhos de encascalhamento dos pontos críticos da rodovia será viável por conta do maquinário que será utilizado na obra ter  trafegabilidade pesada. Até a publicação da reportagem, o bloqueio dos índios continuava sobre a ponte.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou, por meio de nota enviada ao G1, que a cobrança de pedágio é ilegal e que o órgão não tem nenhuma tutela sobre eles. Segundo a Funai, os indígenas insistem na cobrança como 'compensação socioambiental em razão dos danos causados pela BR-174, que cruza a terra indígena e por promessas não cumpridas de cascalhamento da estrada'.

Bloqueio
Desde o dia 1º de outubro, 100 indígenas bloquearam a ponte sobre o Rio Juruena, na rodovia MT-170, como forma de protesto. Os motoristas de carros e caminhões que precisam trafegar pelo local são obrigados a pagar um pedágio no valor de R$100 para seguir viagem. Já para os motociclistas, o valor do pedágio é de R$ 50. Os Enawenê-nawê alegam que o bloqueio se dá pelo não cumprimento dos prazos estabelecidos pela Septu para o início das obras na estrada que dá acesso à aldeia Halataikwa.

Desde 1998, os indígenas pleiteiam a construção de uma estrada saindo da rodovia até a aldeia, a maior do território indígena, para ser usada no transporte até as cidades e no abastecimento das aldeias onde atualmente vivem cerca de 700 pessoas.

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