Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Após soltura de 34 presos, agricultor que estava foragido se entrega à PF

05.12.2014
16:57
FONTE: Pollyana Araújo/G1 MT

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Foragido há mais de uma semana, um agricultor da região norte do estado se apresentou à Polícia Federal, em Cuiabá, nesta sexta-feira (5). Um dos 52 alvos da Operação Terra Prometida, Natal Aparecido Deliberalli é citado no inquérito do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal como um dos supostos líderes de uma quadrilha que expulsavam famílias de lotes da reforma agrária e depois regularizava essas terras com o auxílio de servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Ele seria um dos 13 fazendeiros e empresários que fariam parte de um núcleo composto por supostos líderes do esquema e não foi beneficiado com a decisão do juiz Pablo Zuniga Dourado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que libertou nesta quinta-feira (4) 34 pessoas presas durante a operação.

O G1 tentou, mas não conseguiu entrar em contato com o advogado do produtor rural, que, segundo a investigação, teria duas fazendas próximas ao assentamento Itanhangá, localizado no município de Itanhangá, a 447 km de Cuiabá, onde teria praticado crimes ambientais, e ainda seria proprietário de de vários lotes no assentamento destinado à famílias de baixa renda.

Segundo as investigações, Deliberalli teria comprado cerca de 30 lotes dentro do assentamento Itanhangá, onde planta milho e soja. Porém, parte deles teria continuado em nome dos antigos donos,enquanto outros teriam sido excluídos do cadastro do Incra.

A decisão do magistrado, proferida na quarta-feira (3), teve como base um pedido de habeas corpus do produtor rural Antônio Adi Mattei, de Itanhangá, e estendeu para outros detidos na operação, incluindo os irmãos do ministro da Agricultura, Neri Geller, Milton e Odair Geller. Todos os 34 presos foram soltos ontem.

Após essa decisão, contando com Natal Deliberalli, quatro das 18 pessoas consideradas foragidas desde a operação se entregaram à PF. Um deles é vereador em Itanhangá, apontado como um dos que teriam formado conluio com o sindicato rural e a prefeitura do município para favorecer duas empresas da região.

Também se apresentou à polícia servidor do Incra, Auro Custódio da Silva. O advogado do servidor, Petan Pizza, informou que o cliente estava em Colniza, a 1.065 km da capital, a serviço e que, no pedido de revogação da prisão, foi anexado um documento comprovando que ele não teria fugido.

Os crimes vinham sendo investigados desde 2010 e ouviu várias pessoas, entre sindicalistas, servidores públicos e os próprios investigados. Alguns pequenos produtores alegaram ter sofrido ameaças por parte dos fazendeiros ao se recusarem a deixar as áreas da União.

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