Empresário no setor de transportes e vereador por Lucas do Rio Verde, Gilson Baitaca participou no início da semana de reuniões em Brasília que definiu avanços nas negociações entre o setor de transporte de cargas e o governo federal, motivadas pela greve nacional dos caminhoneiros. O movimento que iniciou em Mato Grosso no último dia 18 se alastrou pelo país. Caminhoneiros e donos de transportadoras decidiram bloquear rodovias federais para chamar a atenção dos governos estaduais e federais para os problemas vividos pelo setor, que reclama do custo do óleo diesel, de financiamentos de veículos e baixo valor do frete.
Baitaca apontou que o movimento produziu efeitos positivos em vários sentidos. Além das melhorias para o setor de cargas, com o atendimento da pauta de reivindicações, o segmento também conseguiu apoio político, com a formação da Frente Parlamentar de Logística e Transportes.
Com relação ao frete, o movimento reivindicou a implementação do balizamento, que assegure que as transportadores e caminhoneiros autônomos trabalhem sem prejuízos econômicos, como vinha acontecendo. Uma comissão está sendo formada para elaborar uma pauta que deverá ser apresentada em até 45 dias. “Acreditamos que é um dos maiores ganhos que o transporte possa ter tido em todos os tempos”, pontuou Baitaca, citando que o transporte terrestre, diferente de outros modais, como o ferroviário e o hidroviário, o administrador não estabelece o preço praticado. “E sim o tomador do serviço”, acrescentou, citando que a tabela de fretes não estabelece preços mínimos, que não pode ser regulado pelo governo. “É uma tabela de referência, que pode oscilar para cima ou para baixo”.
Desde a terça-feira (03) o movimento foi suspenso em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que se uniram para reivindicar de forma conjunta, em razão das semelhanças da economia dos dois Estados. Apesar de suspenso, o movimento permanece. “Acontece apenas uma trégua que permanece até o dia 13”, explicou Baitaca. No dia 10 acontece a primeira reunião entre representantes do setor de transporte de cargas, do Ministério dos Transportes e da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Essa comissão será responsável pela elaboração da tabela de balizamento de fretes. “A mobilização permanece aguardando a reunião do dia 10. A decisão (de retomar os bloqueios) será tomada em conjunto com outros Estados”, destacou.
Apesar de mostrar que não deve alterar o valor do óleo diesel, o governo sinalizou que deve congelar os preços por seis meses. Outros pontos que devem ser atendidos dizem respeito aos financiamentos de veículos, cujos contratos devem ser prorrogados em mais 12 meses, atendendo todos os interessados nessa revisão, a garantia que pelo menos 40% dos estoques reguladores do governo, através da Conab, serão transportados por pequenas transportadoras e caminhoneiros autônomos, a criação de um grupo de trabalho que vai discutir a pauta apresentada pelo movimento. Esse grupo, que vai contar um representante de Lucas em sua composição, será permanente.
Baitaca declarou ainda que um dos reflexos sentidos é a melhora nos preços dos fretes praticados no período pós-bloqueio. Os preços mostram sinais de recuperação, animando os autônomos e donos de transportadoras.
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