Como era esperado, rendeu muita discussão o projeto que permite aos membros da Mesa Diretora da Câmara de Lucas do Rio Verde tentarem a reeleição nos cargos que ocupam. O polêmico projeto foi a votação na sessão ordinária desta quarta-feira, que teve o dia de realização alterado em razão das eleições do último domingo e do dia do Servidor Público ontem. Ele deve voltar à pauta nos próximos dias, para a segunda votação.
O projeto foi rejeitado por três dos nove vereadores. Um dos que se mostrou mais indignado foi o atual vice-presidente, Gilson Gregório (PSDB). Ele criticou o que chamou de acordo político, citando que um dos vereadores da situação conversou diretamente com alguns vereadores, pedindo apoio. “Até votaria a favor se não pegasse uma lista e saísse debaixo do braço”, reclamou, assinalando que o ideal seria reunir os nove edis, expondo o posicionamento acerca da matéria. “Poderia ter os nove e não precisaria esse embate que tivemos”, citou, afirmando que pretende fiscalizar com rigor as ações dos poderes públicos.
Outro que votou contra foi Gilson Baitaca (PMDB). Ele também afirmou que a união dos vereadores votaram favoráveis foi amparado em acordo. “Não saberia dizer que tipo, mas houve o acordo. Descobriremos logo em seguida, porque se esclarece depois de passado esses fatos”, sentenciou.
Baitaca, que não seguiu o mesmo pensamento do colega de bancada Roberto Barra, criticou a decisão de mudar o Regimento Interno esse ano, permitindo a reeleição de membros da atual Mesa Diretora. “Acho que o Legislativo passa por situação vexatória e vergonhosa”, disse o peemedebista, ao citar a defesa do fim da reeleição no processo político findado no domingo.
Ao justificar seu voto, Roberto Barra disse que nos últimos 60 dias tem conversado com os vereadores, defendendo a aprovação da matéria, que passou a tramitar na Casa de Leis há 16 dias. “Eu fiz mais pensando no futuro da população, que vai poder agregar muitos valores do que vem para a população”, alegou, defendendo que qualquer um dos nove vereadores pode compor chapa e concorrer aos cargos.
O líder do Executivo, Pedro Góis, observou que o Regimento Interno já sofreu várias mudanças na Casa e que é preciso sempre buscar para o funcionamento do Legislativo. “O que se votou hoje na Casa não é a nova Mesa Diretora, simplesmente a alteração e a montagem da chapa vem logo a seguir, após a segunda aprovação dessa lei”, argumentou.
O presidente da Câmara, Airton Callai, afirmou que o assunto durante a sessão foi a permissão para reeleição dos membros da Mesa Diretora. A definição para os futuros ocupantes acontecerá somente em dezembro. Ele criticou o posicionamento dos vereadores que contestaram a reeleição, mas que votaram e defenderam a candidatura da presidente Dilma Rousseff, reconduzida a mais quatro anos de mandato no domingo.
Callai falou que os acordos políticos existem na discussão de assuntos como o projeto, mas destacou que a abordagem não deve acontecer em tom pejorativo, acrescentando que a decisão da Mesa Diretora não afeta a vida da população, diferente da aprovação de projetos como o que beneficia empresas, com a isenção da cobrança do alvará de funcionamento.
“O que nos votamos hoje foi a possibilidade de concorrer a uma eleição no mês de dezembro. E isso não quer dizer que eu seja candidato”, afirmou o presidente, destacando que a eleição será em dezembro e que o eleito será o que conseguir maior apoio dos demais colegas.
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