Foram enterrados na tarde desta quinta-feira (15) em Brasília os corpos dos procuradores Saint-Clair Martins Souto e Saint-Clair Souto, pai e filho, respectivamente, assassinados na cidade de Vila Rica, em Mato Grosso. O gerente da fazenda da família foi preso suspeito de cometer os crimes. Familiares e amigos acompanharam o velório e o sepultamento em clima de comoção.
"Os dois eram pessoas incríveis, exemplos para a família toda. Sempre fomos muito unidos, muito próximos uns dos outros. Lá [em Vila Rica] também eram muitos queridos, todo mundo gostava deles", afirmou uma parente das vítimas, que preferiu não ser identificada.
Ela disse que as desconfianças da família a respeito do desaparecimento do pai e do filho começaram quando eles não voltaram para Brasília no dia previsto. "Não temos muitos detalhes, só que tudo aconteceu de uma forma muito estranha", disse.
O velório teve início às 14h no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Depois do enterro, às 17h30, pessoas prestaram homenagem e permaneceram no local por aproximadamente uma hora.
Na última terça-feira (13), o gerente suspeito de matar pai e filho foi preso no Tocantins. Gerente da fazenda, ele foi preso por porte ilegal de arma de fogo e por estar com um mandado de prisão temporária em aberto, que havia sido expedido pela Justiça de Mato Grosso.
De acordo com o chefe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Flávio Stringueta, o gerente da fazenda confessou o crime durante interrogatório e apontou o local onde deixou os corpos. O G1 não localizou a defesa do suspeito.
Saint-Clair Martins Souto era procurador aposentado no Distrito Federal e Saint-Clair Souto atuava na Procuradoria-Geral do Rio de Janeiro. A família comunicou o desaparecimento dos procuradores na segunda-feira (12), após ambos não retornaram para Brasília, como previsto.
A caminhonete usada pelas vítimas foi encontrada na última segunda-feira pela polícia, abandonada em uma estrada no município, sem sinais de arrombamento.
Segundo Stringueta, o suspeito disse ter matado os procuradores a tiros. “Ele não contou o motivo dos crimes. Porém, a nossa suspeita é de que ele estaria desviando gado da fazenda dos procuradores e que as vítimas já haviam descoberto a ação”, afirmou.