Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Delegado confirma acusações sobre réu que mandou explodir carro-forte

26.07.2014
06:57
FONTE: Carolina Holland/G1 MT

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O delegado Flávio Stringueta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil confirmou, durante depoimento à Justiça na tarde desta sexta-feira (25), as evidências que o levaram a indiciar Lindomar Alves de Almeida como o mandante pela explosão de um carro-forte na BR-364, que resultou no roubo de R$ 1,5 milhão. Conhecido como 'Nenezão', o réu deve ser ouvido em juízo na próxima segunda-feira (28), na Vara Especializada Contra o Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica, em Cuiabá. Quase 50 quilos mais magro desde que foi preso na Bahia, em 2012, o acusado está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE).

Pouco antes de Stringueta, testemunha de acusação, começar a ser ouvido, o réu sentou-se perto dele e tentou intimidar o delegado. "Olha o que senhor fez comigo. Acabou com minha vida, acabou com minha saúde", disse Lindomar, que estava com as mãos e os pés algemados. Ele foi interrompido pela juíza, Selma Rosane Santos Arruda, que disse que não permitiria esse tipo de conduta e ordenou que ele se sentasse em outro lugar. Depois, Lindomar conversou com os advogados e não se manifestou mais.

Em depoimento que durou pouco mais de uma hora, Stringueta disse que, desde que soube da explosão do carro-forte, as suspeitas recaíram sobre Lindomar. "Isso pela forma de agir e pela região onde ocorreu o crime, que ele dominava porque a família dele era de lá, ", disse. A testemunha contou que as suspeitas foram se fortalecendo ao longo das investigações, inclusive com um áudio, no qual um homem, identificado apenas como 'Velhinho', faz menções ao crime e aos envolvidos, em uma conversa com uma pessoa presa.

O crime
O crime ocorreu em junho de 2012, próximo a Diamantino, a 209 km de Cuiabá. Um bando em uma caminhonete roubada 'fechou' um carro-forte que trafegava e começou a atirar. Os vigias que estavam no carro entraram em contato com os ocupantes de outro carro-forte que estava poucos metros à frente. Este veículo voltou e bateu na caminhonete, iniciando troca de tiros. Os vigias que estavam nos carros-fortes fugiram e se esconderam no mato. Então, os bandidos explodiram o primeiro carro-forte abordado, roubaram o dinheiro e fugiram.

Fuzis e metralhadoras
O delegado citou ainda o armamento pesado que foi usado durante o crime - um fuzil 762 e metralhadora antiaérea calibre ponto 50, e como pistolas 9 mm e ponto 40, de uso restrito. "Em conversa que tive com ele ainda no presídio na Bahia, ficou evidente o domínio que ele tem sobre a ponto 50. Fala também que sabe da existência da ponto 50, onde fica e como utilizar", disse. "Além disso, ele era a única pessoa com condições de cometer esses crimes em Mato Grosso", declarou.

'Alta patente'
Stringueta também citou a extensa ficha criminal de Lindomar, que responde a 14 inquéritos somente na GCCO, da Polícia Civil, e tem mais de 20 passagens criminais. "Ele é um criminoso de 'alta patente', que fugiu do antigo presídio Pascoal Ramos em 2004 e precursor do Novo Cangaço [quando criminosos agem com violência e usam as vítimas como escudo humano para roubar]. Ele já vinha sendo investigado por crime desse tipo e também pelos crimes relacionados aos carros-fortes", afirmou.

Além de Nenezão, há mais um réu no processo. Outras quatro pessoas foram ouvidas nesta sexta-feira, sendo duas de defesa e duas de acusação. Uma das testemunhas de defesa foi o homem apontado como "Velhinho". Ele negou que voz da gravação seja a dele e disse que, se tivesse denunciado algum criminoso, já 'estaria morto'.

Outro lado
A defesa de Lindomar, feita pelo advogado Luis Carlos Rotta Filho, questionou o fato de Stringueta ter ouvido o réu na prisão baiana sem antes pedir autorização judicial e ainda o fato de que delegado 'estava convencido' de que 'Nenezão' era o culpado antes mesmo do início da investigação. 

O advogado pediu que o áudio com a conversa de 'Velhinho' seja juntado aos autos. Rotta também requereu ouvir três testemunhas que foram citadas durante os depoimentos desta sexta, entre eles os policiais que acompanharam Stringueta quando ele foi à Bahia para interrogar o réu. As oitivas devem ocorrer na próxima segunda-feira (28).

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