Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Doadores de Alegria forma nova turma de voluntários em Lucas do Rio Verde

31.07.2014
10:33
FONTE: ExpressoMT/Celso Ferreira Nery

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  • Cerimônia nada convencional marcou o ingresso dos novos voluntários

Vinte e cinco novos voluntários do grupo Doadores de Alegria participaram de uma cerimônia nada convencional de formatura na noite desta quarta-feira (30) na Câmara Municipal de Lucas do Rio Verde. A partir de agora, eles estão aptos a integrar o grupo e levar alegria e otimismo a pessoas que precisam desse tipo de amparo, principalmente aqueles que estão internados em hospitais. A cerimônia contou com a presença de familiares e amigos dos ‘formandos’.

Antes dos novos ‘doutores’ serem chamados para receber os ‘canudos’, diplomas e o jaleco identificando-s como participantes do Doadores de Alegria, o fundador do grupo fez uma apresentação rápida, lembrando como surgiu a ideia de levar esse sentimento a pacientes do Hospital São Lucas. Daniel Gonçalves cita que foi inspirado após assistir uma reportagem sobre o projeto Doutores da Alegria. Na época, três anos atrás, ele conseguiu apoio de alguns colegas, mas diante de circunstâncias adversas, o grupo acabou dissipando. Daniel manteve-se firme e conseguiu adesão de novos voluntários. Com o tempo, o grupo formou uma segunda turma e ontem aconteceu o ingresso dos novos membros. Hoje são aproximadamente 50 doadores e uma lista de espera para a formação de novos voluntários com mais de 30 nomes.

“Eles (Doutores da Alegria) trabalham isso há 25 anos, estão em três Estados do Brasil, Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo. Somos fã de carteirinha deles. É o que nos inspirou e inspira pra seguir adiante. Nos inspiramos neles para fazer o trabalho”, confirmou Daniel.

O trabalho dos Doadores de Alegria tem duas propostas, a humanização e a amenização dos problemas enfrentados pelos pacientes e familiares durante as internações hospitalares. “Procuramos amenizar a dor que a pessoa enfrenta, recuperamos a autoestima dele enquanto está no hospital”, cita, lembrando que a ciência comprova a eficácia desse trabalho na recuperação de pessoas com a saúde debilitada. Daniel afirma que há relatos médicos que a intervenção dos doadores de alegria colaborou em vários tratamentos de crianças e adultos, que tiveram resposta positiva acelerada após o contato com o grupo.

Formação
Durante dez dias, os vinte e cinco novos voluntários receberam noções de teatro com André D’Lucca, ator cuiabano que tem mais de 10 anos de história no teatro e já atuou em dezenas de peças em várias capitais do Brasil e da Europa. André diz ter ficado receoso quando recebeu o convite, principalmente porque sua experiência com comédia não estava ligada a formação de ‘palhaços’. Mesmo com a agenda apertada, ele assumiu a ideia, apostando no projeto Doadores de Alegria. No final, o ator acabou surpreendido com o empenho e desempenho dos alunos. “Encarei como um desafio, pensando que não fosse acontecer. Mas o grupo é muito articulado”, elogiou André, destacando a entrega dos voluntários, que deixaram de lado todo embaraço para encarnar personagens que podem mudar a história de pessoas cuja autoestima precisa de renovo. “Eu fiquei tão apaixonado pelo trabalho que decidi entrar pra essa área do palhaço”, revelou.

Durante a formação, André conta que houve um batismo na sala de aula, quando as personagens ganharam nome. Inclusive o que o ator pretende levar para Cuiabá, em seu novo projeto pessoal. “Eu também criei o meu palhaço, o Doutor Dad’s, e lá em Cuiabá agora eu vou selecionar pessoas pra gente começar esse trabalho de voluntariado dentro dos hospitais de Cuiabá”, contou o artista. Nesse trabalho, ele espera contar com apoio da Unic – Universidade de Cuiabá, uma das suas parcerias, que mantém um hospital. “Vou começar por aí. Vou conversar com eles logo que eu chegar e vou começar esse trabalho lá”.

D’Lucca elogiou esse trabalho voluntário. O ator revelou a experiência de uma sobrinha de cinco anos, que visita frequentemente um hospital em São Paulo, onde os Doutores da Alegria fazem as visitas periódicas. A menina citou que a visita dos ‘palhaços’ é a melhor parte do tratamento, guardando com carinho registros dos encontros. “Dessa vez ela que foi um doutor falou assim: ‘eu vou te dar meu telefone’. Desenhou um telefone e anotou uns números. Aquilo pra ela é uma relíquia. Ela me mostrou e ‘não pode perder, é dos doutores da alegria: quando precisar, a gente liga pra eles’. Então, ela leva muito a sério o tratamento com os doutores. A minha irmã fala que a melhor parte do tratamento é isso”, comentou o artista, citando que a terapia do riso tem surtido efeito positivo no tratamento.

Ampliação
Com a adesão dos novos voluntários, o Doadores de Alegria pretende expandir o atendimento, com visitas a hospitais de Sorriso, Sinop, Nova Mutum, Tapurah e Cuiabá. Nesse sentido, o grupo conta com apoiadores, pessoas comuns e empresários, que colaboram financeiramente para os deslocamentos e compra de materiais usados para a caracterização das personagens. Com a organização adequada, o Doadores de Alegria espera formalizar parcerias. Uma delas envolve a Cooperativa Sicredi. “Junto com o projeto União Faz a Vida conseguiremos os recursos financeiros para atingir esses locais distantes”, comentou Daniel Gonçalves.

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