Mato Grosso, 29 de Março de 2024
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Economista da CNI afirma que o perfil econômico de MT contribui para suavizar a crise no Estado

26.03.2015
13:57
FONTE: Assessoria

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O economista consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Eduardo Velho, apresentou o cenário macroeconômico brasileiro para mais de 60 empresários industriais de Rondonópolis, durante o ‘Dia do Empresário da Indústria’. O evento, realizado pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) e Sindicatos Patronais, ocorreu na última quarta-feira (24/03). Para ele, com a taxa de câmbio estimulando as exportações, há um aumento da renda e isso limita o impacto da crise no Estado.

“O agronegócio tem suavizado as crises e aliviado um pouco os impactos das restrições de aumentos dos juros e restrições de créditos das crises brasileiras. Na verdade, o PIB do agronegócio dos últimos anos é o que tem atenuado esses ciclos. Por isso, o impacto da crise aqui é um pouco menor em relação a outras grandes metrópoles mais dependentes, por exemplo, da cadeia petrolífera, como o Estado do Rio de Janeiro, que estava ajudando a cair o desemprego médio no Brasil, e agora está sentindo uma queda acentuada de empregos da cadeia de petróleo”, destacou.  

De acordo com Velho, a inflação em alta não deve enfraquecer as exportações. “Quando se tem aumento da inflação e queda da demanda interna, a tendência é de se exportar um pouco mais. A questão é que hoje a demanda internacional não está tão forte como estava no período do governo Lula, entre 2003 e 2008, antes da crise. O grande ajuste que vai ter para estimular as exportações, infelizmente, vai ter que ser via aumento da taxa de câmbio. Ou seja, o dólar estar mais valorizado em relação ao Real. E isso é uma tendência. Hoje a economia norte-americana está prestes a aumentar a taxa de juros, e está com um crescimento sólido e persistente”, analisou.

Para o economista, o cenário macroeconômico é ruim no curto prazo, mas ele acredita em uma situação positiva em médio prazo, porque a indústria brasileira é diversificada e o mercado nacional é de grande escala. “Então, quando houver uma queda da inflação, mais para 2016 e 2017, o Brasil vai ficar mais barato. O dólar mais caro enfraquece um pouco os artigos brasileiros, mas o Brasil vai voltar a ser atrativo para o estrangeiro. Contudo, o momento de 2015 é de aperto nos orçamentos”, enfatizou.

Velho destacou que para superar este momento de crise os empresários devem acompanhar a genda legislativa do Congresso para pressionar contra a aprovação de vários projetos de leis que visam, segundo ele, basicamente aumentar os impostos. “É necessário pressionar para o governo cortar gastos e não aumentar impostos. Por isso, essa iniciativa de união da CNI, da Federação das Indústrias de Mato Grosso e dos Sindicatos Patronais, é necessária e tão importante”.

Outra orientação é para que os empresários ajustem os estoques ao nível da demanda, que está mais fraca. “O comércio varejista deve sentir mais esse impacto com o atual cenário de aumento de juros, o aperto da renda e um pouco de queda de empregos. Então, na verdade, é um sinal de reação passiva onde o empresário tem que se ajustar a uma demanda mais fraca. Ao longo do tempo, o que nós temos que observar é o cenário político, porque ele vai definir o cenário macroeconômico”, afirma.

Para o microempresário que atua há 18 anos no segmento da alimentação, Marcos Antônio de Freitas, o evento contribuiu para compreender o cenário atual. “O evento foi muito bom. O economista deu uma excelente explanação do que acontece atualmente. Parece que tudo está distante e não nos afeta, mas afeta. Das matérias-primas que uso, 20% são importadas, como as gomas e estabilizantes. Com a crise que está acontecendo, o consumo diminui. E como o meu produto é supérfluo, com a crise eu sou afetado diretamente, porque o que não é essencial é cortado do consumo familiar”, avalia.

‘Por que ser indústria?’
Durante o evento, o economista, advogado e consultor tributário da Fiemt, José Lombardi, ministrou a palestra ‘Por que ser indústria?’ e esclareceu questões relacionadas aos tributos estaduais e conceituais sobre a atividade industrial. “Não importa como vai fazer o processo industrial, se manual ou por maquinário, se a atividade resultar em um novo produto, você está exercendo uma atividade industrial. O estabelecimento deixa de ser indústria quando presta serviço direto para o consumidor final”, esclareceu Lombardi.

O industrial do segmento de reparação, Thiago Alves, destacou a importância e qualidade da programação do ‘Dia do Empresário da Indústria’ em Rondonópolis: “Essa foi uma palestra muito útil, que esclareceu muitas questões que eu não compreendia, principalmente, sobre os incentivos fiscais. Foi um ótimo evento que nos aproximou de palestrantes que têm muito conhecimento”.

O evento é uma das ações do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), uma iniciativa da CNI em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebarae). Na cidade, o encontro contou com a parceria do Sindicato das Indústrias da Alimentação de Rondonópolis e Região Sul (Siar-Sul/MT), Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico da Região Sul de Mato Grosso (Sindimec-Sul/MT) e do Sindicato das Indústrias da Construção da Região Sul de Mato Grosso (Sinduscon-Sul/MT).

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