A servidora pública de Lucas do Rio Verde, Karime Souto Gonçalves, foi eleita nesta sexta-feira, 17, para a presidência do Sindicato dos Servidores Públicos do município. Ela encabeçou a chapa 1, concorrendo contra Edivaldo Santos. A votação, que aconteceu na sede do Sintralve, Sindicato dos Trabalhadores ligados à Indústria Frigorífica, foi tensa, bem como a apuração dos votos.
Na quinta-feira, o Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso informou que pediu liminar pedindo a suspensão do processo eletivo, bem como a intervenção no sindicato, alegando irregularidades na condução dos trabalhos da diretoria.
Mesmo sem a decisão da justiça, o processo teve início e no decorrer do dia, fiscais da chapa liderada por Edivaldo denunciaram suspeita de fraude na votação.
Deloi Pedon, que atuou como fiscal, afirmou que percebeu a presença de pessoas no interior do comércio que fica no pavimento inferior ao sindicato, onde ocorreu a votação. “Ficou constatado que há pegadas de pessoas que tiveram acesso por uma porta lateral ao local de votação”, denunciou Pedon, que acionou o advogado da chapa. O grupo entrou com liminar na Justiça pedindo a anulação do processo eletivo, que transcorreu de forma tensa até a apuração. “Foi constatada irregularidade tamanha, que o número de votos não coincide com o número de pessoas que assinaram e votaram. Está constatada a irregularidade”, acusou.
O presidente da comissão eleitoral, Eugenio do Carmo, diz que as decisões em torno da condução dos trabalhos de votação foram tomadas em comum acordo com os candidatos e representantes, inclusive a decisão de interromper a votação por aproximadamente uma hora, período em que houve a denúncia de invasão ao local de votação. “São trabalhadores, creio que não seria preciso impor regras”, apontou.
Sobre as polêmicas e o clima tenso, Do Carmo acredita que todo processo eletivo tem esses itens como ingredientes. Porém, ele argumentou que o ideal entre os concorrentes é evitar o confronto. “Não tem motivo nenhum para os candidatos se agredirem mutuamente, eles vão estar aqui, são funcionários da Prefeitura. Eu, depois de amanhã estou indo embora, cuidar da minha vida e eles vão continuar aqui na cidade”, assinalou.
Sobre a acusação de invasão do local de votação, o presidente da Comissão Eleitoral argumenta que o ambiente não sofreu qualquer tipo de alteração, inclusive os materiais de votação. Ele alega que os fiscais das duas chapas registraram a saída e a chegada após o intervalo do almoço. “Não posso afirmar e não afirmar nada disso porque é suspeita deles. Tudo isso que está alegando vai constar em ata”, disse.
Pouco depois das 18 horas, o resultado foi anunciado por Do Carmo. A chapa liderada por Karime obteve 102 votos, enquanto a liderada por Edivaldo conquistou 52 votos. Houve ainda cinco votos em branco e outros seis foram anulados. Entretanto, o número de votos inseridos na urna, 167, difere do total de registros de pessoas que compareceram para votar. Foram registradas presenças de 168 eleitores, do total de 207 que estavam aptos a votar. O número de servidores ativos em Lucas do Rio Verde gira em torno de 1,5 mil.
A presidente reeleita disse que vai buscar cumprir os compromissos assumidos em campanha. Karime acredita que a votação obtida nas urnas dá legitimidade para a recondução à presidência do sindicato. “Os servidores viram as propostas, escolheram quem estava com clareza em todo esse processo eleitoral. Durante muito tempo a gente trabalhou e eu me sinto aliviada, porque a diferença foi grande”, afirmou.
Uma das primeiras ações a ser tomada pela presidenta reeleita será a busca do reconhecimento sindical pela prefeitura. Recentemente o sindicato conseguiu seu registro. “A gente vai agora para a Prefeitura reivindicar o reconhecimento desse sindicato pra poder realmente agir pelo servidor”, conclui.
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