Uma das três pessoas que tiveram as prisões temporárias prorrogadas na Operação Metástase, do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), teve a liberdade concedida pela Justiça. Elas são suspeitas de integrar um esquema de fraude de R$ 2 milhões na compra de marmitas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), entre os anos de 2011 e 2014. A operação foi deflagrada no dia 23 de agosto.
O empresário Hilton Carlos da Costa Campos era servidor terceirizado da Assembleia e prestou serviços contábeis no Legislativo, nos últimos três anos. A defesa informou que o empresário atua no ramo de papelaria e não teria participado de nenhum esquema fraudulento na Assembleia. “Acharam notas fiscais da empresa dele, mas ele já mostrou as notas e provou que não tem nada de errado”, afirmou.
Também destacou que o cliente já havia prestado depoimento em outra ocasião e que vinha colaborando com as investigações do Gaeco. Ao todo foram expedidos 22 mandados de prisão temporária, pela Vara de Combate ao Crime Organizado da capital, sendo que apenas dois investigados continuam presos.
Maria Helena Ribeiro Ayres Caramelo e Geraldo Lauro, são servidores de carreira e estavam lotados no gabinete do deputado Gilmar Fabris (PSD). A assessoria de imprensa do parlamentar informou que um deles estava em férias e outro em licença-prêmio. Ambos ocupam cargos de técnico-legislativo. O G1 tentou, mas não conseguiu localizar os advogados dos presos até a publicação desta reportagem.
As investigações apontaram que as fraudes ocorreram por meio de compras fictícias, como de marmitas e materiais gráficos, com a utilização da antiga verba de suprimentos, entre os anos de 2011 a 2014, de acordo com o promotor e coordenador do Gaeco, Marcos Aurélio Castro.
A verba de suprimentos era usada para pequenos gastos de gabinetes, entre R$ 4 e R$ 8 mil por mês, e foi extinta no início deste ano. O esquema funcionava com a participação dos servidores, que utilizavam a verba para fraudar compras e justificar o uso do dinheiro, conforme o MPE.
Ao todo, 20 servidores da Assembleia foram presos. Destes, seis atuavam no gabinete da deputada estadual Janaína Riva (PSD). Cinco foram presos no dia da operação, e o motorista dela era considerado foragido. Ele se apresentou à polícia dois dias depois. Após a prisão, a deputada emitiu uma nota alegando desconhecer o envolvimento dos servidores na prática de crimes de improbidade administrativa. Duas pessoas que tiveram a prisão decretada pela Justiça eram empresários.