Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Empresários buscam a inovação para melhorar a gestão dos resíduos sólidos

06.12.2013
17:04
FONTE: Assessoria

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"A inovação tem que chegar à empresa, mas temos que saber o que a indústria quer", disse o pesquisador, Paulo Macedo, durante o encontro entre empresários industriais e professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no 'Café da Manhã - Diálogo e Inovação: Resíduos Sólidos'. A reunião ocorreu nesta quinta-feira (05/12) para compartilhar conhecimento e anseios do setor industrial. O evento foi promovido pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), por meio do Conselho Temático de Inovação e Tecnologia (Cointec).

Para o presidente do Cointec, Sílvio Rangel, as universidades são fundamentais para ajudar a colocar as ideias em prática e se tornarem um produto inovador. "Sabemos que a inovação é o carro-chefe para desenvolver atividades e serviços que podem auxiliar as empresas. Temos consciência da importância dessa união e parceria com a universidade para, então, trabalhar de forma diferente esse tema. E decidimos debater sobre resíduos sólidos porque ele abrange todas as indústrias no Estado, todas devem dar uma destinação adequada a ele", disse.

O professor pesquisador da UFMT, Paulo Macedo, expôs sobre a gestão dos resíduos sólidos. "Atualmente, não temos uma boa gestão desses resíduos. O que temos em Cuiabá é um lixão. O problema existe, mas é possível sim termos soluções. Temos tecnologias mais interessantes, como a pirólise ou incineração, mas sempre se esbarra na questão custo. A incineração, por exemplo, custa 10 vezes mais caro", analisa.

De acordo com o pesquisador, a aproximação da universidade e indústrias pode contribuir para solucionar esse impedimento. "É preciso que a gente discuta melhor as tecnologias e encontre caminhos para proporcionar isso. O custo limita, mas pode haver uma solução". O presidente do Cointec reafirma: "O custo é um problema, mas se não debater isso ele sempre será uma barreira. Temos que achar uma forma para reduzí-lo e fazer com que a inovação realmente seja efetivada, chegando às pontas", afirma Rangel.

Segundo a mestranda em gestão de Auditoria Ambiental, Mariliz Santana, o poder público deve oferecer condições para que a questão dos resíduos seja solucionada. "Existe uma coisa grave: o governo cria uma legislação, a indústria e a população se adaptam, mas não há apoio do poder público. E isso impede de se chegar a um consenso. A indústria sabe que tem que reduzir os problemas dos resíduos e precisa reciclar, e muitas vezes ela faz isso. Só que choca com a questão custo, ela precisa vender, ela precisa competir com a China, e não existe nenhum respaldo. Isso impede o avanço das soluções que podem equacionar essa questão ambiental".

A burocracia que limita a parceria entre a universidade também foi abordada durante o debate. "Esse grande projeto de universidade e empresa foi lançado em 1998, mas existe uma série de problemas, inclusive jurídico. Na Lei de Inovação está escrito que um professor de universidade pode ir para dentro de uma empresa e, de acordo com a necessidade dela, desenvolver inovação, produtos, processos etc. Até hoje não conseguimos implementar isso que está na lei. Por quê? Porque os órgãos de controle não deixam, tem uma série de restrições que impedem", afirma o vice-reitor da UFMT, João Carlos Souza Maia.

Para o presidente do Cointec, Sílvio Rangel, o evento contribuiu para alinhar a parceria. "A cada evento temos uma ideia melhor de como será essa parceria e vemos que existem muitas dúvidas do setor industrial referente a ela, como as questões burocráticas quando envolve as universidades. Questões que estamos trabalhando para mostrar que algumas coisas já estão resolvidas", afirma.

Ainda durante o evento, o vice-reitor da UFMT afirmou que a iniciativa de parceria empresa-universidade contribui para a universidade desempenhar o objetivo de servir a sociedade. "Esse é um momento muito importante porque é o início efetivo das relações entre universidade e empresa. Temos uma grande capacidade de produção, mas a inovação só acontece na empresa. Colocamos os nossos laboratórios e toda a infraestrutura à disposição dos empresários e de quem quer fazer inovação", disse Maia.

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