Mato Grosso, 23 de Abril de 2024
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Esclarecimento de pessoas desaparecidas passa de 80%

23.07.2016
16:30
FONTE: Assessoria | PJC-MT

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Entre os meses de janeiro a maio de 2016, o setor que funciona na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), computou 271 casos de pessoas desaparecidas, entre homens, mulheres, crianças, adolescentes e idosos. Dentro desse número, 224 pessoas foram localizadas e retornaram as suas famílias.

Com uma demanda de aproximadamente 54 registros por mês, a unidade localiza em média de 44 pessoas mensalmente, o que representa 81,4% dos casos. A maior parte das ocorrências de desaparecimento é de pessoas do sexo masculino com idades entre 18 a 64 anos.

O trabalho do Núcleo de Desaparecidos inicia, no momento em que a ocorrência é registrada. A primeira ação é fazer o levantamento de informações que possam auxiliar a encontrar algum indício que levou ao desaparecimento. Para isso, os policiais procuram ouvir pessoas próximas, como familiares, amigos, além de checagens em meios eletrônicos, como sites e redes sociais da Internet, que possam fornecer alguma pista.

Ao mesmo tempo em que é feita a busca de informações, o setor entra em contato outras unidades como hospitais, unidades de saúde, casas de abrigo, Polícia Militar, Departamento Médico Legal e demais órgãos que possam auxiliar na localização do desaparecido.

O delegado responsável pelo setor, Luciano Inácio da Silva, esclarece que não é necessário esperar 24 horas para fazer o registro. Segundo ele, que se precisa é comprovar se a pessoa realmente desapareceu, uma vez que, em muitos casos, o desaparecido é localizado ou retorna para casa antes desse tempo. “Em casos de crianças, adolescentes ou pessoas com alguma doença ou distúrbio mental as investigações iniciam imediatamente”, destacou.

De acordo com o delegado, há diferentes motivos para as pessoas deixarem seus lares, como uso de drogas, envolvimento em crimes, brigas em família ou mudança de estilo de vida. Porém, existem os casos que evoluem para investigação de crime de homicídio.

“Um dos primeiros pontos a ser esclarecido é se a pessoa desapareceu de forma voluntária, muito comum em caso de adolescentes, ou por algum motivo específico, como problemas de saúde, envolvimento com drogas e com outros delitos, até chegar à possibilidade de ter sido vítima de homicídio”, explicou o delegado.

Um dos casos, em que a investigação iniciou como desaparecimento e chegou ao esclarecimento de um crime está o homicídio e ocultação de cadáver da jovem Joane Glória Macedo, de 19 anos.

A vítima desapareceu na noite de 28 de março de 2012. Seus restos mortais foram encontrados em agosto de 2015, depois que o suspeito, Cleiton José da Silva, foi apontado como autor da jovem. Ele confessou o crime e apontou o local em que o fato teria ocorrido. A ossada e parte do vestuário da jovem foram localizadas, na região do Barreiro Branco, em Cuiabá.

Na época da identificação, o suspeito estava sob custódia no sistema prisional do Estado, na Cadeia de Nova Mutum, por envolvimento com o tráfico de drogas. Entretanto, antes de ser interrogado sobre a morte da jovem, o detento fugiu da cadeia, em fevereiro de 2015. Três meses depois o suspeito foi preso novamente no estado da Bahia por uso de documento falso.

Ele foi recambiado para Mato Grosso, quando, finalmente, foi interrogado pelo desaparecimento da jovem. Diante das evidências que apontavam para ele, o suspeito confessou o homicídio e levou os policiais até o local onde teria ocorrido o crime. Segundo o acusado, a jovem morreu após ser empurrada em uma ribanceira na região do Barreiro Branco, em Cuiabá. Ele contou que saiu com a vítima para cobrar explicações e após terem uma discussão empurrou à jovem, que morreu em consequência da queda.

Na mesma linha, outros dois crimes de homicídio proveniente da violência contra mulher foram esclarecidos pela equipe do Setor de Desaparecidos. Em ambos os casos, as vítimas estavam desaparecidas há cerca de sete meses e uma delas grávida.

“Esses são exemplos de investigações que começaram como desaparecimento e evoluíram para homicídios. No primeiro caso, mesmo com a identificação do suspeito a motivação não ficou clara. Os outros dois chamam atenção por conta da relação amorosa”, destacou o delegado.

O setor também proporciona o reencontro de familiares que por algum motivo tiveram as suas vidas separadas. Em novembro de 2015, dois irmãos que estavam separados há mais de 50 anos se reencontraram depois de um pedido de ajuda ao setor. O senhor Pedro Alves Ferreira, 77 anos, procurou a unidade para reencontrar a irmã mais nova, Maria José Ferreira, 74, que foi localizada no Estado de Minas Gerais.

Registro de Desaparecimento

O registro de desaparecimento de uma pessoa pode ser feito no próprio Núcleo de Desaparecidos, nas Centrais de Ocorrência de Cuiabá e Várzea Grande ou pela Delegacia Virtual (www.delegaciavirtual.mt.gov.br). Em todos os casos, a ocorrência é encaminhada para o setor especializado, onde é realizado o cadastro da vítima.

Para garantir a agilidade e eficiência na busca, é importante que os familiares tenham informações básicas sobre o desaparecido, como nome completo, idade, características físicas, roupa com a qual foi vista pela última vez, fotos, entre outras informações que possam auxiliar as buscas.

O Núcleo de Pessoas Desaparecidas está instalado no prédio da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), em Cuiabá, na Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha). O telefone de contato é (65) 3901-4823.

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