O Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) e a Secretaria de Saúde de Cuiabá estão buscando alternativas para "driblar" a falta de penicilina, usada principalmente no tratamento de pacientes grávidas que estejam com sífilis. O antibiótico é produzido em laboratórios brasileiros, mas a matéria-prima é importada e está em falta.
A farmácia do Hospital Universitário tem frascos da penicilina benzatina, mas a penicilina cristalina já acabou. O remédio é usado no tratamento da sífilis, reumatismo e para combater a bactéria Streptococcus grupo B, transmitida de mãe para filho na gestação
Com o desabastecimento sofrido em todo o país, a recomendação do Ministério da Saúde é priorizar gestantes com sífilis e bebês que já nasceram com a doença. Segundo o superintendente do Hospital Júlio Müller, Eduardo de Lamonica, tratamentos alternativos com outros antibióticos vem sendo indicados para economizar o estoque que ainda existe.
A médica obstetra Maria Aparecida Mazzutti explicou que existem medicamentos para substituir a penicilina, mas com tratamentos mais complicados para a adesão do paciente. "São tratamentos orais, mais longos, com um maior custo", disse.
No Centro de Distribuição de Medicamentos de Cuiabá, que encaminha remédios para os postos de saúde, a penicilina benzatina está em falta. O último pregão de compra foi no mês de agosto. Segundo a Secretaria de Saúde da capital, R$ 199 mil foram pagos por 33 mil frascos, mas as entregas estão atrasadas. De acordo com a coordenador de Assistência Farmacêutica no Centro de Distribuição, Cristiane de Oliveira , o lote de outubro só deve chegar essa semana.
O Ministério da Saúde informou, ainda, que comprou 700 mil frascos do remédio. A previsão é de que a entrega para os estados e municípios seja feita até o fim do ano.
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