Mato Grosso, 29 de Março de 2024
Mato Grosso

Família deixa cidade e PF tenta achar criança indígena com risco de morte

31.07.2015
07:36
FONTE: Carolina Holland/G1 MT

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A Polícia Federal em Mato Grosso ainda não conseguiu cumprir mandado judicial para apreender e levar para o hospital um menino indígena de 9 anos que está em estado de saúde grave e precisa fazer uma cirurgia na cabeça. A família da criança é da etnia Metuktire (Caiapó) e, por respeito às próprias crenças, não autorizou a operação. A Justiça, entretanto, entendeu que o direito à saúde e à vida estão acima daquilo no qual os pais acreditam e, por isso, a vontade deles deve ser substituída pela determinação judicial.

A decisão de mandar o garoto para atendimento médico é do dia 28 de julho, proferida pelo juiz substituto Alexandre Sócrates Mendes, da Segunda Vara da Comarca de Colíder, a 648 km de Cuiabá. O processo corre em segredo de Justiça. O G1 entrou em contato com a Funai (Fundação Nacional do Índio) naquele município, que informou apenas que uma equipe está acompanhando o caso.

A família estava hospedada em uma casa em Colíder, mas deixou a residência no último dia 28. Quando os agentes chegaram ao local, na noite de quarta-feira (29), foram informados que os indígenas tinham partido rumo à aldeia deles no Parque Nacional do Xingu.

Por meio de nota, a PF disse que vai relatar a situação ao magistrado e que vai tomar providências para localizar a aldeia exata no Xingu.

A criança estava internada em estado grave no Hospital Regional de Colíder, mas os pais recusaram pedido do médico para que fazer uma cirurgia no menino, que está com acúmulo de pus, quadro inflamatório que afeta os ossos e apresenta sinal de infecção em regiões próximas ao cérebro.

Na semana passada, por causa da gravidade do caso, o Ministério Público do Estado (MPE) entrou com pedido de medida protetiva em favor do menino, que foi aceito pelo juiz. O magistrado admite que há confronto de princípios em relação às doutrinas da etnia à qual o menino pertence, mas que o direito à vida, que é dever do Estado, se sobrepõe à vontade dos pais.

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