Mato Grosso, 24 de Abril de 2024
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'Forma carinhosa', diz suplente de vereador preso por ofensa racial a PM

03.08.2015
11:43
FONTE: Denise Soares/G1 MT

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O suplente de vereador Antônio Marcos Alves da Costa (PRTB), de 40 anos, que foi preso no último dia 30 de julho em Cuiabá por supostamente ter feito ofensas raciais contra um policial militar, alega que não chamou o PM de ‘negão’ e sim ‘meu preto’. De acordo com Marcos, foi uma forma carinhosa de se referir ao policial que, segundo ele, estaria exaltado. Ele afirma que não tem a intenção de ofender o tenente.

Marcos estava na casa de familiares, no Bairro Pedregal, logo após a festa de aniversário dele, comemorado no dia 29. Além da família, ele recebeu amigos e colegas. De acordo com ele, quatro policiais abordaram de forma agressiva os convidados que saíram do local da festa.

“Acabou a festa e eu fui acompanhar meus convidados. A viatura passou, inclusive com faróis desligados, e eles abordaram meus amigos. Eles foram arrogantes, empurraram meus convidados contra a parede para revistá-los”, relatou o suplente ao G1.

Marcos explicou que foi tentar acalmar um policiais e que em nenhum momento teria ofendido algum PM. “Eu falei que meus convidados eram trabalhadores e que não tinha nenhum vagabundo ali para eles agirem assim. O bairro é tido como bairro de malandro e eles o julgaram por isso. Em outro momento em chamei o policial e falei: ‘Cara, meu preto, calma’. Isso é carinho, uma forma carinhosa de chamar. Xingar é diferente. Eu sou negro e minha família é negra, não teria porque eu ter preconceito”, comentou Marcos.

Na versão do suplente, o policial - ao qual Marcos chamou de ‘meu preto’- não teria esboçado nenhuma reação negativa pela forma que foi chamado.  A acusação só teria sido formalizada na delegacia, conforme Marcos. Ele nega que tenha fugido ao ter a prisão anunciada pelos policiais.

O suplente acusa os policiais de terem manipulado o boletim de ocorrência, para poder acusá-lo de ter feito ofensas raciais e xingamento contra um dos PMs. No entanto, assessoria da Polícia Militar de Mato Grosso informou ao G1 que nenhuma denúncia sobre a conduta dos policiais foi feita na Corregedoria da corporação.

No registro do boletim de ocorrência a PM atribuiu a Marcos os crimes de desacato, desobediência, injúria mediante preconceito e resistência. Ainda de acordo com a PM, a cabe à Polícia Civil investigar como ocorreu a situação. Marcos foi preso em flagrante por injúria racial. No entanto, pagou fiança no valor de R$ 788 e foi liberado.

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