Mato Grosso, 16 de Abril de 2024
Mato Grosso

Historiador ocupa a cadeira 27 da AML

27.05.2014
19:08
FONTE: Assessoria

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Com o mesmo deslumbramento que Pero Vaz de Caminha registrou as impressões sobre a terra que posteriormente viria a ser chamada de Brasil, o paranaense João Carlos Vicente Ferreira definiu Mato Grosso, com pesquisas e diversos livros escritos, que contam a história, beleza e riqueza em sua territorialidade. Ele faz um traçado do Estado e do povo matogrossense em sua cultura, economia, turismo e política social, e recebe da Academia Matogrossense de Letras (AML) a Cadeira 27, no dia 27 de maio, às 19h, na Casa Barão de Melgaço.

Conduzido pela arte da poetisa Luciene Carvalho, seguido da voz firme, coloquial, protocolar e didática do acadêmico José Carrara, escolhido para saudá-lo, João Carlos será imortalizado na AML e fará um breve relato de suas experiências, no apreço ao “feitiço” da mata e do cerrado, da cultura popular, das lendas e do jeito simples de se viver a vida. 

“Por isso moro num sítio, afastado do burburinho da cidade grande, junto com minha mulher Cristina, ao sopé do Morro de Santo Antônio, um dos pontos de maior historicidade de Mato Grosso, milenar referência do povo bororo e baliza dos primeiros bandeirantes paulistas que se apoderaram desta terra”, se descortina.

São mais de 30 anos de paixão pela “terrinha” que lhe proporcionou ocupar a cadeira de número 27, da qual é patrono José Barnabé de Mesquita, pai do primeiro presidente da AML, e que foi ocupada, ao longo dos tempos, por duas ilustres figuras da vida literária e cultural em Mato Grosso: Ana Luiza Prado Bastos, mulher atuante e dinâmica que muito bem representou a classe feminina, sendo pioneira nesta instituição, e Ubaldo Monteiro da Silva.

Ainda, a ligação e afeição de João Carlos com o casarão que abriga a AML vêm de tempos: “Certa tarde, Aníbal Alencastro e eu, aqui dentro deste Salão Nobre, estávamos debaixo de um enorme guarda-chuva, sob intensa tempestade que varria os céus e as ruas cuiabanas no final da década de 1990. Falávamos tristes sobre o estado deplorável em que se encontrava a multissecular casa do Almirante Augusto Leverger, com fissuras em suas paredes, telhado aos frangalhos e com as suas portas e janelas comprometidas pela ação fatal do tempo”, relembra.

Diferente da Carta de Pero Vaz de Caminha, com diversos equívocos, e considerado o primeiro documento escrito da história do Brasil sendo, portanto, o marco inicial da obra literária no país. João Carlos Vicente agora compõe o mundo de literatos, poetas, contistas, novelistas e cultuadores da memória histórica e da intelectualidade matogrossense, da AML, que detém de 40 cadeiras.

O paranaense que entra para a história da Literatura de Mato Grosso, já é considerado cidadão cuiabano e matogrossense e em mais 14 municípios: em Poconé, Santo Antônio do Leverger, Barão de Melgaço, Guiratinga, Torixoréu, Diamantino, Nobres, Reserva do Cabaçal, Porto Esperidião, Luciara, Vila Bela da Santíssima Trindade, Acorizal, om Aquino e Jauru. Além de possuir comendas e méritos da Assembléia Legislativa e dos três exércitos, entre outras instituições, bem como honrarias, também é membro “Honoris Causa” da Academia Brasileira de Belas Artes e já ocupou a pasta da Secretaria de Estado de Cultura.

Não adepto a discursos o novo membro da Academia Confessa que tem certas dificuldades com frases belas e poéticas. “Me identifico com a pesquisa histórica, com a etimologia e toponímia, áreas que me permitem honrar minha entrada nesta Casa de saber e de conhecimento”, e destaca o filósofo e pensador Sócrates: “Todo o discurso deve ser construído como uma criatura viva, dotado por assim dizer do seu próprio corpo; não lhe podem faltar nem pés nem cabeça; tem de dispor de um meio e de extremidades compostas de modo tal que sejam compatíveis uns com os outros e com a obra como um todo.”

Em sua vida pública sempre buscou proferir, dentro das necessidades de cada momento, as melhores informações e recepções por meio de discursos. Ela lembra, quando esteve à frente da Secretaria de Estado de Cultura, que nas solenidades foram produzidos honoráveis discursos para serem lidos, em atendimento protocolar, no entanto, os colocava no bolso do paletó e lá ficavam.
 
Retomada literária
A Academia Matogrossense de Letras teve períodos áureos e agora retomou o sentido de referência cultural e literária no Estado, que sempre foi e que está sendo inserida novamente para a população. “Ela foi por um tempo muito fechada aos olhos da população e desde o ano passado ocorre uma nova maneira da sociedade se relacionar com a Instituição”, destaca o historiador. Por exemplo, a AML nunca foi apresentada num Shopping, que é um ambiente aberto ao público, e recebeu uma exposição itinerante, no primeiro trimestre de 2014, e foi bem aceita pela população. 

“Existe na Casa Barão de Melgaço um ambiente de grande densidade intelectual, de amizade sincera e comprometimento. Estou certo disso, vim para contribuir. Sou um homem de desafios e missões. Nesta vida, já as tive, muitas, e certamente a minha entrada na Academia Matogrossense de Letras é mais uma dessas missões, disso não tenho nenhuma dúvida.”, assinala João Carlos Vicente Ferreira. 

E credita sua entrada nesta Casa aos convites e incentivos para que se candidatasse a uma das vagas existentes, a alguns nomes, como Yasmin Nadaf, Elizabeth Madureira Siqueira, José Cidalino Carrara, Moisés Martins, Avelino Tavares, Benedito Dorileo e, por fim, o convencimento impositivo do presidente Eduardo Mahon.

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