Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Moradora de cidade de MT acumula objetos há 16 anos, diz família

07.12.2016
15:26
FONTE: G1 MT

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  • Objetos acumulados em casa de moradora de Rondonópolis (MT)
Uma moradora de Rondonópolis, município a 218 km de Cuiabá, tem o hábito de acumular objetos há 16 anos. Segundo psicólogos, a suspeita é que a dona de casa Luzia Marques da Silva, de 56 anos, sofra de disposofobia, um tipo de transtorno de ansiedade. A doença tem tratamento.

Luzia é casada com o autônomo Nelson Alves Pires há 21 anos. Eles levavam uma vida normal, mas há 16 anos a esposa começou a desenvolver o hábito de acumular coisas, provocando transtornos ao casal.
“A gente não tem como fazer uma limpeza, a gente não tem como convidar um parente para vir, a gente não tem como receber um amigo. A gente não tem como receber nem a própria netinha dentro da casa porque ela não vir pra um local desse jeito”, disse Nelson.

A casa em que o casal mora tem 100 metros quadrados, mas falta espaço para o casal e para quem vai até a residência. Luzia acumula tudo que vê pela frente: garrafas pet, copos plásticos usados, vasilhas velhas de isopor, roupas estragadas ou que não servem mais. Até adesivo utilizado em exame cardiológico. No quintal, há fogões e outros eletrodomésticos.

“Eu tenho boneca de quando eu tinha 4 anos de idade. Eu tenho 56, entrando no 57”, relatou a dona de casa. Ela contou que não consegue parar de acumular coisas. “Eu quero muito, mas meu coração dói demais. Eu choro. Cada coisa que eu jogo fora, eu vou lá e pego de volta. Eu não sei por que. Eu não sei o que é isso. Eu não era assim”, lamentou.

O único lugar em que não há objetos do tipo é o quarto do filho. Mas isso porque quando ele sai para trabalhar, deixa a porta trancada e esconde a chave da mãe.

Para o psicólogo Thomaz Ademar Ribeiro, a dona de casa sofre de transtorno de ansiedade. "Esse termo está ligado a um medo de se desfazer das coisas, por acreditar a pessoa que, eventualmente, em algum momento no futuro, ela venha a precisar daquele objeto. E isso funciona como se fosse um muro para ela também. Então ela se sente guarnecida com isso que ela vem fazendo e acumulando", disse o especialista.

Ribeiro comentou que o transtorno tem tratamento, que deve ser feito de forma multidisciplinar. "Há necessidade da medicação, mas há necessidade de um acompanhamento psicológico também", disse. A orientação é que a própria pessoa ou alguém da família busque ajuda o quanto antes.

“Nesse caso a gente está vendo também uma questão de saúde pública, porque o acúmulo disso pode trazer doenças, parasitas. A gente está vivenciando aí um tempo de dengue. Tem essas outras questões também. Perigo de desabamento, de incêndio. Normalmente o que a gente vê é que a pessoa que sofre isso tem dificuldade de se desfazer das coisas. É somente uma pessoa que está mais próxima dela que vai poder visualizar isso", disse o psicólogo.

O marido espera que a mulher possa se tratar. "Tudo que eu quero mesmo é conseguir um bom tratamento pra cabeça dela para que volte o que era antes. Antes ela era limpinha, os tapetes eram branquinhos, era perfeito", disse o autônomo.

Segundo o psicólogo, a ajuda para o transtorno pode ser solicitada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e principalmente pelo Caps (Centro de Atenção Psicossocial).

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