Os Tapirapés da aldeia Mãjtyri, Tera Indígena Tapirapé/Karajá, Santa Terezinha, são proponentes do Projeto Interagir, patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. Desde que travaram contato com não indígenas, há quase um século, esse povo passou por conflitos territoriais e quase chegou a ser dizimado.
Segundo dados do Censo Dsei Araguaia – SESAI 2014, a população dos Tapirapés é de 800 pessoas distribuídas em oito aldeias: uma em Santa Terezinha e sete nos municípios de Confresa e Porto Alegre do Norte, estado de Mato Grosso.
Os laços desses indígenas são fortemente parentescos, com uma família nuclear que lembra muito a dos “brancos”, um casal e seus filhos – embora, durante muito tempo, o grupo familiar era extenso formado por duas a três gerações ligadas por um grupo de mulheres aparentadas.
Os homens fazem parte das “sociedades dos pássaros”, que eles chamam de wyra, na qual se dividem em “homens mais velhos” e “homens maduros e jovens”. Conforme um homem jovem vai amadurecendo, ele se liga à “sociedade dos pássaros” de seu pai. O antropólogo estadunidense Charles Wagley, que conviveu com os Tapirapés durante 35 anos, foi primeiro a registrar esse tipo de organização. Ele notou que as wyras dividiam os homens em duas metades – os “pássaros brancos” e os “papagaios” – que, por sua vez, são divididas em três outras classes separadas por faixas etárias.
Outra divisão importante são os “grupos de comer”, ou simplesmente tataopawa. Nos dias de hoje, esses grupos, que originalmente reuniam-se para refeições coletivas, tem função mais cerimonial do que de distribuição e consumo de alimentos. Os “grupos de comer” são responsáveis ainda para criar laços com casas diferentes. Os princípios organizativos são formas de sociabilização e de uma competitividade sadia entre grupos de caça, de trabalhos cerimoniais, de canto, em tarefas agrícolas, construção de casas e outros.
ENVIE PARA UM AMIGO