Otaviano Pivetta, atual prefeito de Lucas do Rio Verde, abriu as portas de seu gabinete para receber a equipe do ExpressoMT. Por meio de uma entrevista exclusiva, o líder de espírito empreendedor debateu diversos assuntos que englobam vida pessoal, política e economia.
Nascido no Rio Grande do Sul, Otaviano Pivetta veio para Lucas do Rio Verde em 1983. Quando criança sonhava em ser prefeito assim como seu pai e desde menino já idealizava projetos que visavam saúde e educação de qualidade para todos, projetos que pôde concretizar depois de eleito. A política era ensinada dentro de casa e na escola, moldando o caráter do filho de Tilidio José Pivetta. “Meu pai foi prefeito, teve dois mandatos. Eu admirava muito meu pai pelo que ele fazia pela sociedade, o trabalho que ele dedicava ao interesse comum. Desde essa época eu sempre alimentei o desejo de um dia ocupar um cargo público para servir a sociedade.” – declarou o atual prefeito.
Otaviano foi eleito prefeito de Lucas do Rio Verde pela primeira vez em 1996 e reeleito em 2000. Na gestão Pivetta (1997-2004), o município deu um salto qualitativo e quantitativo. Agora, como gestor público novamente, novos recordes estão sendo quebrados, em especial, na área da saúde. Pivetta afirma: “Este ano é o ano em que nós iremos coroar o nosso sistema de saúde pública, desde a atenção básica até a alta complexidade. Nós vamos entregar três PSF’s que já estão praticamente prontos, levando a cobertura de 100% do território com o Programa de Saúde da Família. Nós vamos entregar a unidade de pronto atendimento que está sendo construída ao lado do hospital, estará funcionando até maio ou junho, e vamos entregar o novo Hospital São Lucas, que é um trabalho da Fundação Luverdense de Saúde com o nosso apoio e a nossa participação”.
Quanto à educação, o gestor sugeriu uma reforma na metodologia aplicada pelos professores, uma reforma que deve começar a partir do MEC (Ministério da Educação), para que os alunos se sintam atraídos pelo ensino e incentivados a estudar “Nós precisamos reinventar a educação. Precisamos ter uma educação pública adequada a esse novo tempo da tecnologia da informação. O que está havendo é um distanciamento da vida real com o ensino aplicado, em especial, no ensino médio. O ensino médio precisa ser reinventado no Brasil.” – disse. Não apenas um novo método de ensino, Otaviano também destacou a importância de estudar e incentivar os jovens na política para se evitar que o poder seja confiado em mãos de pessoas irresponsáveis. “Eu tive política e civismo no currículo escolar, tive um preparo para isso e infelizmente não é o que vemos hoje em dia, precisamos que os jovens se interessem novamente pela política. Para que não sobre para meia dúzia que não têm nada a oferecer.” – concluiu.
Como todas as outras cidades do país, Lucas do Rio Verde sofreu cortes de repasses pelo governo federal. Ainda assim, mantém seus projetos e programas em funcionamento e com recursos próprios consegue suprir as necessidades da população. “Nós temos uma cultura de fazer a gestão com as nossas forças, sem depender dos governos estaduais e governo federal. A não ser naqueles repasses que são constitucionais e que por lei nós temos garantido. Mesmo assim, nós observamos ao longo dos últimos dois anos uma queda importante na receita, mas nós vamos ‘dançando conforme a música’, assim como aperta o caixa nós temos que adequar nossa estrutura e procurar manter a quantidade e qualidade do serviço, esse é o grande desafio.” – declarou Otaviano. Com toda a dificuldade no cenário econômico atual, o município tem se mantido em equilíbrio com índices acima da média nacional, em especial na saúde e educação. Embora equilibrado, a economia retrocedeu nos últimos anos, o prefeito afirma que a receita, apesar de ter acréscimos, não corresponde com os índices de inflação do país, com isso, a capacidade de investimento fica comprometida. “Percebemos que de 2010 em diante os números baixaram, a renda per capita por habitante ano sofreu uma queda. Em 2004 (quando prefeito), 30% do orçamento era investimento. Hoje nós temos de 5 a 10% para investir. Isso é empobrecimento.” – afirma. Segundo o prefeito, um dos maiores desafios da gestão é continuar a oferecer qualidade à população mesmo quando os indicadores econômicos nem sempre sejam animadores.
Quando questionado sobre uma possível reeleição, Pivetta respondeu: “A intenção não é ser candidato à reeleição. Nós estamos conversando, temos um grupo político amplo, de pessoas que se identificam pela comunidade, pessoas boas, muitas com experiência e que podem ser candidatas. Em um determinado dia terá que ser definido o candidato, nós não temos pressa. A minha intenção é fazer o sucessor do nosso grupo, que esteja alinhado a esse jeito de administrar, com esse Norte que foi dado a Lucas do Rio Verde há 20 anos e que parece que a sociedade aprova. Existem muitos nomes, de diversos partidos. Nós devemos apoiar o que melhor tiver condições de não só ganhar a eleição, mas principalmente dar continuidade aos bons serviços que prestamos e melhorar de acordo com as possibilidades”.
Pivetta também falou sobre os primeiros 14 meses de governo do governador Pedro Taques.
“O governador Pedro Taques demonstra muita disposição, muita vontade de trabalhar e fazer as coisas certas, o que é muito importante, há tempos não se via um governador assim. Tem uma equipe de secretários jovens, pessoas íntegras. Acho que é um governo que está pronto para começar a realizar, mas ainda é cedo para se avaliar com total clareza. O governo anterior não tinha boas práticas e com esse desequilíbrio da gestão passada e o atual cenário econômico do país, o desafio é maior e precisa de um pouco mais de tempo para ser avaliado”.Ao encerrar a entrevista, o prefeito fez questão de creditar aos servidores públicos municipais o êxito da gestão. “Nós nos deparamos com um governo que tem muitos funcionários e poucos servidores, aqui é diferente, somos quase todos servidores e um ou outro funcionário. O êxito da gestão também se deve a esse time de servidores públicos valentes e determinados em todas as áreas, tenho que creditar isso a eles. É oferecido um serviço público que não é perfeito, tem problemas e sempre vai ter, mas todos mostram a força que têm.” – finaliza Otaviano Pivetta.
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