Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
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Pai Presente: filhos recebem nova certidão

23.08.2016
17:40
FONTE: Ana Luíza Anache | Assessoria de Comunicação CGJ-MT

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  • Pai Presente: filhos recebem nova certidão

Henrique Nicolau Grillaud Maranholi, mestrando em Geografia de 27 anos, está construindo uma nova história desde o último sábado (20 de agosto). Aliás, novidade é o que não falta na vida dele, desde que participou do mutirão ‘Pai Presente’: novo sobrenome e nova certidão de nascimento com o nome do pai e dos avós paternos. Motivo de muita comemoração para toda a família. “Saber quem é meu pai representa saber de onde eu vim, minhas origens e quem eu sou”, afirmou o jovem que compareceu com os pais ao Fórum de Cuiabá mesmo sem ter agendado a audiência.
 
O sorriso também estava estampado no rosto da consultora de vendas Fátima Aparecida Maranholi e do técnico em injeção eletrônica José Ricardo Grillaud, pais do Henrique. Essa foi mais uma página da história escrita por eles, que começou há 28 anos. Ainda na década de 80, Fátima e José Ricardo se conheceram e tiveram um breve namoro. Ela engravidou e ele chegou a conhecer o filho. Viu o Henrique pela última vez quando ainda era um bebê de quatro meses. E o destino se encarregou de separá-los.
 
Nenhum dos dois saiu de Cuiabá, mas também não se encontraram durante anos. Traçaram rumos diferentes, mas, o destino - aquele mesmo que os separou, os uniu novamente. Em janeiro deste ano José Ricardo recorreu à internet para buscar o paradeiro de Fátima. E como o velho e sábio ditado popular diz, quem procura acha. José Ricardo achou o Henrique e, por tabela, a Fátima. Livres, começaram a namorar e já deram entrada nos papéis do casamento. O desejo de ter e de colocar o nome do pai na certidão do Henrique foi uma consequência.
 
Conforme o jovem conta, eles já iriam fazer o reconhecimento da paternidade espontaneamente. O ‘Pai Presente’ apenas facilitou e agilizou as coisas, deixando todo mundo satisfeito. “Essa iniciativa é realmente muito boa. Soubemos do mutirão pela minha irmã e acredito que tenhamos resolvido da melhor forma, com menos burocracia”, considerou Fátima. Para José Ricardo, o que o levou a buscar isso foi o senso de responsabilidade. “Dar a ele um nome para ele saber que tem um pai e quem é esse pai. Muitas pessoas querem fazer o mesmo, mas não têm condições. Por isso esse mutirão deveria ocorrer várias vezes por ano”, defendeu.
 
A pequena Ana Júlia, de 10 meses, teve uma história diferente. Ela não conheceu o pai e não vai conhecer porque ele faleceu em um acidente de carro quando a mãe estava grávida de cinco meses. Mesmo assim, Neuzilene de Jesus Alves, de 24 anos, não desistiu. Ela procurou a Defensoria Pública quando a menina nasceu para entrar com a ação de reconhecimento da paternidade, mas não conseguiu prosseguir em razão das dificuldades encontradas pelo caminho. Foi com a ajuda do advogado Vinícius Ferreira de Carvalho Batista que ela ficou sabendo do ‘Pai Presente’ e compareceu ao Fórum da Capital no dia 20. Neuzilene foi acompanhada da dona Ana Maria da Silva, mãe do pai da Ana Júlia, que fez o reconhecimento da paternidade pós-morte. A avó, que mora em Barão de Melgaço (a 113 km de Cuiabá), veio de longe para registrar a neta.
 
Luciano Fernandes Davino, de 38 anos, também compareceu espontaneamente para participar do mutirão. Ele foi com a esposa Elaine Neves de Almeida, de 28 anos, e com o bebê Mikael, de quatro meses. O casal tem outro dois filhos, é casado no civil e no religioso, mas não vive mais junto. Por isso o Luciano pediu o exame de DNA, coletou o material genético na hora e agora aguarda o resultado, que deve sair em 30 dias.
 
“O objetivo do programa é o reconhecimento da paternidade espontâneo ou por meio do DNA, mediante um processo administrativo. É uma ação social do Poder Judiciário que, além de garantir um direito constitucional e conferir cidadania, evita a judicialização de muitas ações”, explicou a juíza diretora do foro, Edleuza Zorgetti Monteiro da Silva. Para a corregedora-geral da Justiça, desembargadora Maria Erotides Kneip, a Justiça precisa estar aberta e acolher as pessoas. “Essa é a verdadeira Justiça, a justiça social que nós precisamos”, afirmou.

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