Mato Grosso, 28 de Março de 2024
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Pais precisam resgatar o empoderamento da educação de crianças e adolescentes, afirma psicoterapeuta

22.07.2015
09:25
FONTE: Assessoria

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“Educar direito dá trabalho, mas não educar dá ainda mais trabalho”. A frase do psicoterapeuta e educador, Leo Fraiman, faz referência à urgência do resgate do ‘empoderamento’ de pais e professores, diante da educação de crianças e adolescentes. Ele encerrou, neste sábado (18/07), o ‘Seminário Regional da Rede Sesi de Educação 2015’, com o tema do seu livro: ‘Como ensinar bem as crianças e adolescentes de hoje’. Mais de 200 profissionais que atuam na área de educação do Serviço Social da Indústria (Sesi-MT), participaram do encontro realizado em três dias (16 a 18/07).  

“Vou dar como exemplo um pai que dormia no sofá sempre que a filha, de oito anos, decidia ir para a cama do casal, de madrugada. Para ele, era melhor ceder o espaço, do que educá-la a dormir em sua própria cama. É mais confortável para os pais deixarem que os filhos decidam o que fazer do que dar limites, com receio de criar crianças frustradas. Mas acontece o contrário. Por isso, mães e pais têm que se colocar novamente como os pais da história. E na sala de aula, a mesma orientação vale para os professores”, afirma o psicoterapeuta.

Fraiman estudou em seu mestrado a importância da participação dos pais na educação escolar. Segundo ele, centenas de estudos no mundo inteiro mostram que, quando a participação dos pais é positiva, o andamento e o rendimento escolar dos estudantes melhora. “A participação dos pais faz toda diferença na educação escolar dos seus filhos. Mas aí está um desafio que também é da escola: ensinar os pais a se envolverem. É preciso vencer a ilusão do óbvio, de que os pais sabem qual o papel deles. Muitos não participam por duas coisas: ou porque não sabem o que é importante ou porque não sabem como participar”, destaca o educador.

Quanto aos professores e o processo de ensinar bem, ele cita alguns pontos relevantes, como não determinar a capacidade de aprendizado do aluno, acreditar nele, ensiná-lo a ser persistente, cooperar com os demais professores e se autoavaliar. “Destes pontos, o mais importante é saber que não há determinismo em educação. Um aluno nunca pode ser condenado como incapaz de aprender. Além disso, é a partir da crença do professor na capacidade de alguém e a sua humildade em reaprender seus métodos, adequando o que sabe ao melhor modo de transmitir aos diversos tipos de alunos, que qualifica a educação. O educador tem que aprender a aprender também. Ele espera que o aluno deseje aprender e se motive, mas isso vem da sua própria prática. O educador que é motivado, criativo e humilde tem condições de fazer um aluno proativo e protagonista do seu destino”, afirma ele, que também é autor da Metodologia OPEE - Orientando Escolhas Construindo Caminhos, adotada atualmente por mais de 150 escolas em todo o Brasil.

 Uso de mídias sociais com perspectiva pedagógica
Na sexta-feira (17/07), além das oficinas para os professores da educação infantil ao ensino médio, o Seminário também ofereceu aos profissionais da Educação de Jovens e Adultos (EJA) a formação do professor de novas tecnologias da Universidade de São Paulo (USP), José Manuel Moran. Ele abordou as mídias sociais, na perspectiva pedagógica, e a possibilidade de tornar o ensino mais dinâmico e atrativo tanto para o ensino presencial, quanto a distância, caso dos alunos de EJA do Sesi.

“É preciso mudar e sair do pedestal de ficar na frente dos alunos falando. Os professores precisam ir para o meio deles, para executar atividades diferentes, que reúnam vários conteúdos e com estímulo para o uso da tecnologia. O celular, por exemplo, não deve ser proibido e sim inserido nas aulas. É preciso pensar nisso para atrair os jovens e para que a escola faça sentido para eles. Acredito em um ensino em que os professores se envolvam, mais do que falar e que realizem atividades práticas, dentro e fora de aula, com objetos que estimulem o toque. Desta forma, a escola se torna mais dinâmica”, defende Moran.

QMágico, Khan Academy, Geekie, Veduca e até o Facebook são alguns exemplos de mídias sociais que podem ser usados como ferramentas de ensino, afirma Moran. “Cada ferramenta pode ser usada de um jeito. O Facebook, por exemplo, uso nos cursos. Crio um grupo de compartilhamento de atividades e conteúdos que todo mundo pode postar e lá tem muita participação. Mas é importante sempre trabalhar com uma plataforma mais organizada e uma mais informal. Quanto mais diversificar, melhor”, explica o professor.

Coordenadora regional de Educação e Cultura do Sesi-MT, Cintia Silva afirma que a educação tem que sair na vanguarda das discussões, por isso o uso das mídias sociais em sala de aula foi um dos temas escolhidos para o Seminário. “Vivemos numa era tecnológica em que as pessoas estão conectadas e a educação precisa se inserir neste contexto de contribuição, para o desenvolvimento do ensino aprendizagem. Isso favorece que a escola seja mais atrativa, a partir de uma linguagem mais adequada ao contexto atual. Desta forma, contribuímos para que os alunos estejam preparados para enfrentar a complexidade do mundo moderno”, avalia a coordenadora.

O ‘Seminário Regional da Rede Sesi de Educação 2015’ é realizado anualmente com objetivo de atualizar e promover reflexões entre os professores, contribuindo assim para a melhoria do ensino de crianças, adolescentes e trabalhadores da indústria.

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