Alessandra Gomes da Silva, de 17 anos, ficou cega do olho direito aos seis anos de idade e aos 12 do olho esquerdo, resultado de um Glaucoma Congênito. O fato é que a limitação visual fez com que a jovem desenvolvesse outros sentidos, como o tato e a audição. Habilidades que fizeram a diferença na hora de executar as provas de Solução de Software para Pessoas com Deficiência, uma das ocupações que fazem parte da Olimpíada do Conhecimento 2015 – Etapa Estadual, evento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MT). Os vencedores do torneio serão divulgados nesta sexta-feira (31/07), às 18h, durante a cerimônia de premiação, no auditório do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt).
O deficiente físico, Jones Carlos Bento, também virou referência dentro da Olimpíada ao competir na ocupação de Mecânica Automotiva. Mesmo usando uma cadeira de rodas, Bento garante que as dificuldades dele, durante as provas, são as mesmas dos demais estudantes. “A pressão do tempo e os imprevistos que surgem sempre são complicados de lidar, mas o mais bacana é a gente se superar sempre e ter autocontrole”, explicou.
Para ele, independente do resultado da competição, a experiência de ter participado de uma Olimpíada vai ser guardada para sempre na memória e no coração. “Eu entrei sem saber nada e olha tudo que eu já sei hoje! Não quero me abater pelas dificuldades, nem posso sofrer pelas mesmas coisas, por isso, vou aproveitar cada instante e agarrar essa oportunidade com força”, garantiu.
Quem também chamou a atenção durante a Olimpíada foi a competidora de costura, Camila Cristhine Fonseca Silva. Ela perdeu a audição aos dois anos, após uma meningite, mas bastam alguns minutos para perceber que a comunicação não é um problema para a jovem. Cristhine é professora de Libras e também se dedica a costura, paixão que descobriu há pouco mais de dois anos. Detalhista, cuidadosa e bastante competente, a jovem é um orgulho para professores e amigos. Uma das inspirações dela é o medalhista de ouro do Senai-MT na Olimpíada do Conhecimento, etapa nacional, realizada em 2014, Pedro Severino, que também é surdo.
“Começamos isso juntos, mas ele foi para a Olimpíada e eu dediquei um tempo para outras coisas, agora é a minha vez de buscar uma medalha. Ele me ajuda muito aqui. Temos uma união e uma troca muito grande. Quero orgulhá-lo assim como ele me orgulhou”, afirma ela, ao garantir que vai lutar pela medalha de ouro.
O Senai Mato Grosso possui o Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI) que oferece qualificação para que pessoas com deficiências trabalhem na indústria. Com o programa, além de cumprir a lei, que estabelece cotas para deficientes nas empresas, o empresário pratica a responsabilidade social. As pessoas qualificadas têm chances de inclusão e ascensão ao mercado de trabalho.
Todas as unidades do Senai no Estado são arquitetonicamente preparadas e equipadas para receber essas pessoas e contam com profissionais treinados para cada tipo de limitação, seja ela física, auditiva, intelectual, visual ou múltipla, com material didático adequado a cada necessidade. No primeiro semestre de 2015 foram realizadas 742 matrículas de Pessoal com Deficiência no Estado.
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