Mato Grosso, 28 de Março de 2024
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Polícia pede prisão de decoradora de festa e marido por golpes em Cuiabá

05.05.2015
12:00
FONTE: Denise Soares/G1 MT

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A Polícia Civil de Cuiabá pediu a prisão preventiva da decoradora de festas Emanuely de Sousa Félix Lucena, de 27 anos, e o marido dela, Rafael Lucena, suspeitos de aplicar golpes em clientes no estado. De acordo com a delegada Ana Cristina Feldner, da Delegacia Especializada do Consumidor (Decon), o inquérito sobre o caso foi concluído e será encaminhado ao fórum da capital nesta terça-feira (5).

No mês de março um grupo de mulheres denunciou o caso à polícia e afirmou que Emanuely havia fechado contrato com elas para decorar os eventos em casamentos e aniversário. Porém, a decoradora teria fugido e não apareceu para realizar as festas nem procurou as clientes.

Nas investigações, os policiais ainda não conseguiram identificar um número exato de pessoas que foram vítimas e nem o total do prejuízo aos clientes, já que nem todas as pessoas procuraram a delegacia ou fizeram o registro do boletim de ocorrência. A polícia estima que a decoradora tenha deixado de fazer o serviço de mais de 70 pessoas.

“Tivemos o total de 54 boletins de ocorrência, o que não corresponde ao total de vitimas lesadas. O número é ainda maior do que isso. Não foram só as noivas que foram lesadas, os fornecedores, as pessoas que ela havia comprado material e objetos de decoração, os proprietários dos imóveis. Ela não havia pago nenhum aluguel. O caminhão que foi adquirido não teve nenhuma parcela paga”, disse Feldner ao G1. A delegada ainda identificou outras vítimas no interior de Mato Grosso e em outros estados.

No final do mês de março Emanuely se apresentou à polícia e disse que tinha fugido porque tinha uma dívida superior a R$ 800 mil. “Pedimos pela prisão dela para garantir a ordem pública e econômica. Houve uma perturbação pública e tumulto, noivas tiveram um verdadeiro desespero, instalou-se um caos. Ao abrir um negócio é preciso seriedade e não cabe aventura nesse meio. Se começou a ir em maus negócios, busque ajuda. A questão de simplesmente fugir e fechar as portas, de anoitecer e não amanhecer, isso é muito sério”, pontuou a delegada.

Também foi solicitada à Justiça uma medida cautelar de arresto, para garantir o pagamento de dívidas e os ressarcimentos às vítimas. Um caminhão usado pela decoradora e R$ 5 mil em bens foram apreendidos. “Vemos que ela meio que se aventurou a abrir esse negócio próprio. Às vezes a pessoa mais jovem, confia no seu talento e acha que só o talento basta para vencer no mundo dos negócios. E não basta só isso. Ela não tinha ajuda de contador ou assistência jurídica. Contou com o talento dela e se instalou no mercado”, avaliou.

O casal foi indiciado e vai responder pelos crimes de estelionato e propaganda enganosa. “O marido participava ativamente do negocio, fazia a compra de objetos, assinava contratos, ele estava sempre presente nas negociações. Tanto que ele se ausentou da cidade junto com ela. Eles têm vários processos, o que demonstra que eles já tinham conhecimento da falência monetária deles, e ainda assim continuavam celebrando contratos. Isso é uma coisa que a gente percebe o dolo, se você vê que já não tem condições mais [de manter o negócio] e não consegue atender, pare de fazer contratos e organize aquela situação”, disse Feldner.

Na época que Emanuely prestou depoimento, o advogado dela, Sérgio Batistella declarou que a cliente era apenas "suspeita de golpe" e que estava enfrentando graves dificuldades financeiras, desde o início da empresa, criada há sete anos.

O pedido de prisão preventiva ainda será analisado pelo Ministério Público Estadual (MPE).

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