Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Pressionado deputado promete ajudar a buscar recursos para maior telescópio do mundo

13.02.2015
15:50
FONTE: Assessoria

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O diretor do Planetário Via-Láctea de Cuiabá, Carlos Wagner Ribeiro, entregou ontem (12.02), juntamente com o advogado Alexsander Godoy, ao deputado Fábio Garcia (PSB), documento redigido por mais de mil astrônomos, planetaristas e pesquisadores brasileiros com subsídios mais do que suficientes para que ele possa recolocar em pauta Projeto de Decreto Legislativo (1287/2013), que trata do acordo entre Brasil e União Europeia para realizar estudos astronômicos no Hesmifério Austral.  O mesmo foi retirado de pauta pelo parlamentar no último dia 5, por não ser considerado prioritário de investimento diante de outras áreas básicas. Para se ter uma ideia da importância do acordo, ele dará ao Brasil acesso a mais abrangente e produtiva organização astronômica do planeta, formada por 14 países membros da União Europeia do qual o País pode ser o 15º membro e conseguir avanços importantes com a participação para todo o povo brasileiro.

O parlamentar, que vem sendo duramente criticado dentro e fora de Mato Grosso por toda a comunidade científica nacional e até internacional, disse que não é contra a Ciência de modo algum. Contudo, tem um compromisso de, em seu primeiro ano de mandato, aplicar recursos em Saúde e no segundo em educação e outras frentes consideradas prioritárias. “Não posso apoiar o desembolso de R$ 800 milhões para a participação nesse projeto num momento em que o Governo Federal anunciou um corte de orçamento de forma linear nas áreas de Saúde, Educação e Segurança Pública”, explicou. Mas diante do fato lembrado por Ribeiro de que, além de já existirem verbas alocadas para estes fins e que a ciência não pode ficar aquém de um passo como esse o deputado comprometeu-se a ser um interlocutor junto aos Ministérios da Ciência e Tecnologia e das Relações Exteriores no sentido de buscar saber como o governo federal pode pagar a participação nesse projeto.

Com essa afirmação Ribeiro entregou ao deputado a “Carta de Apoio Incondicional ao projeto”, assinada pela comunidade científica, que explica que o Acordo permitirá ao Brasil participar das descobertas do maior observatório da América do Sul. Diz o documento que “um projeto dessa magnitude não se resume a ‘estudar estrelas’. O ESO é uma instituição científica de ponta, onde novas tecnologias são levadas aos abordes de nossa capacidade intelectiva para obter resultados que tentam a todo o momento extrapolar os nossos limites”.

O parlamentar ainda argumentou de que adianta algo tão de ponta se as crianças têm escolas sucateadas e a saúde vai muito mal? E que, por isso sua preocupação com recursos para a Educação, Saúde e Segurança são maiores. Todavia, Ribeiro lembrou que o deputado esquece que não há futuro para as crianças que quiserem se inserir no contexto mundial do conhecimento se chegarem ao final dessa educação e tiverem que ir para outros países transformando o Brasil em exportador de conhecimento ou se conformarem com o ostracismo.

“Cada engenheiro, cada empresa, cada técnico, cada cientista envolvido em um projeto de desenvolvimento tecnológico desse porte sai do mesmo com uma carga de conhecimento que vale muito mais que ouro. São conhecimentos que serão posteriormente utilizados em indústria de ponta, agregando valores a indústria dos países envolvidos e retornando estimados 100 euros para cada euro investido”, explica a Carta.

Vale lembrar que se o Brasil perder esse trem para as estrelas, ou seja, essa oportunidade, já existe fila de espera para fazer parte do ESO como Rússia e até a Índia, país bem mais pobre do que o Brasil, só estão esperando nossa desistência para lançar suas candidaturas.  

Ribeiro destacou que em relação à questão das custas, vale salientar que os valores são irrisórios se comparados a outros projetos levados a cabo no país e que não trarão nem uma fração dos benefícios financeiros e tecnológicos como é o caso da Copa de 2014. O que o deputado tem que lutar para garantir recurso às áreas mais do que prioritárias é contra a corrupção e não impedir o avanço rumo ao conhecimento espacial.

Como pagar?
A taxa de adesão de 115 milhões de euros será diluída em 10 anos. O que dá ao País irrisórios 11,5 milhões de euros/ano. Se 20 deputados economizarem 50% de suas verbas em um ano, se cobre esse custo facilmente.

Quanto às anuidades, o Brasil passa a pagar também 18,6 milhões de euros de anuidade, porém o ESO concedeu um desconto progressivo, que somado ao final nos dá um desconto de cerca de 32%, ou seja, nos primeiros 10 anos, pagaremos uma anuidade média de 12,6 milhões de euros. Ou seja, mais uma vez podemos ser bancados com a economia de 50% das verbas indenizatórias de 20 deputados durante o ano.

Assim sendo, se entre 40 e 50 deputados federais, gastassem apenas 50% de suas verbas indenizatórias por ano, o Brasil conseguiríamos bancar a entrada no ESO. Outro ponto é que o acordo prevê que algo próximo a 75% desse dinheiro será investido em pesquisas e equipamentos desenvolvidos no Brasil.

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