Mato Grosso, 18 de Abril de 2024
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'Queremos resposta', diz pai de jovem que morreu após cair de roda-gigante

20.10.2014
07:06
FONTE: G1 MT

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A morte de um adolescente de 16 anos, que despencou de uma roda-gigante em um parque de diversões em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, completa três anos neste domingo (19) sem solução. A família afirma que busca por respostas sobre o acidente e que em todo esse período “as lacunas da história não foram preenchidas”. No dia 15 de outubro de 2011, uma cabine da roda-gigante se soltou e caiu de uma altura de cinco metros, no Bairro Parque do Lago.

Dentro estava o adolescente Ariel Adão Costa Bolfarini, de 16 anos, e o amigo Fabrício Ferreira de Oliveira, de 22 anos, que conseguiu sobreviver à queda mesmo após sofrer traumatismo craniano. Porém, Ariel ficou internado quatro dias na UTI do pronto-socorro municipal e não resistiu aos ferimentos. “Estamos de mãos atadas. Não podemos fazer nada, somente aguardar. Tentamos ir atrás de respostas, mas continuamos sem”, desabafou o caminhoneiro Jederson Itere Bolfarini, de 40 anos, pai de Ariel.

Ele disse em entrevista ao G1 que busca na Justiça que o dono do parque de diversões seja punido. Jederson ressalta que a morte do seu filho foi provocada por falhas no brinquedo e que o parque era clandestino, já que não tinha as autorizações necessárias. “Eu ando por diversas regiões por conta da minha profissão e já vi esse parque montado em outros lugares, funcionando normalmente. Isso não pode. Outras vidas correm riscos”, declarou.

O pai de Ariel contou que deste o acidente tem realizado acompanhando psicológico e que até hoje não superou a morte do filho. A dona de casa Rosângela Silva, mãe do adolescente, relatou também que ainda é doloroso lidar com a situação e que prefere nem falar muito sobre o fato. “Eu não tenho outra opção. Só posso crer que, de alguma forma, a justiça será feita. É uma situação tão triste que prefiro nem falar sobre isso. É muita dor”, declarou emocionada.

Em dezembro de 2013, o proprietário do parque, de 44 anos, virou réu na ação civil pública que tramita na Comarca de Várzea Grande. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio. A denúncia aponta que o dono do parque tinha consciência de que os brinquedos estavam em péssimo estado de conservação e ofereciam risco. A 1ª Promotoria de Justiça Criminal do município defende que ele enfrente júri popular.

O MPE destacou que o laudo pericial demonstra que no local em que houve o rompimento do pino que ocasionou o acidente, havia a presença de graxa devido à visível danificação no brinquedo. Ele afirmou que ficou comprovado que as peças estavam oxidadas e em mau estado de conservação por falta de manutenção. Além disso, conforme a denúncia, o acusado montou o parque de forma clandestina, sem a requisição das autorizações necessárias.

O inquérito policial foi encaminhado para o Ministério Público Estadual em dezembro de 2011 e, inicialmente, remetido para a 3ª Vara Criminal. No mês de fevereiro, de 2012, o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues julgou incompetência da Vara e declinou o caso para a 4ª Vara Criminal, que recebeu a ação no mês de março. Porém, a promotora do caso Vivien Tomaz Ility, da 4ª Promotoria da Comarca da cidade, considerou que o dono do parque cometeu homicídio doloso eventual (quando o responsável assume o risco de cometer o crime) e remeteu a ação para a Primeira Vara Criminal.

Queda
O parque estava montado há duas semanas no bairro Parque do Lago e o acidente ocorreu por volta das 21h30. A roda-gigante tem cerca de 10 metros de altura, mas o acidente ocorreu quando a cabine se soltou a uma distância de 5 metros do chão. Conforme a Polícia Militar, que registrou a ocorrência, o eixo que ligava a cabine à roda-gigante quebrou, ocasionando o acidente.

Muitas pessoas também estavam no brinquedo no momento da queda, o que gerou susto e pânico. Outras que circulavam pelo parque também auxiliaram no socorro às vítimas. Fabrício Ferreira ficou 18 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto-Socorro de Várzea Grande. Ele ficou com sequelas neurológicas e continua fazendo tratamento.

A Polícia Civil confirmou que o parque não possuía alvará de funcionamento dado pela prefeitura do município e nem laudo assinado por um engenheiro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) de Mato Grosso.

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