Mato Grosso, 29 de Março de 2024
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Reunião entre índios e governo de MT deve suspender pedágio em rodovia

07.10.2014
23:16
FONTE: G1 MT

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  • Índios bloqueiam a MT- 170, que liga os municípios de Juína a Brasnorte (MT).
Representantes indígenas da etnia Enawenê-nawê devem se reunir nesta quarta-feira (8) na Secretaria Estadual de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu), em Cuiabá, para discutir o descumprimento do acordo feito com o governo do estado para a pavimentação do trecho da estrada que liga a aldeia até a rodovia federal BR-174. Por meio de nota encaminhada ao G1, a assessoria de imprensa da Septu informou que o caso será discutido durante uma reunião no órgão, entretanto, não confirmou o horário do encontro.

Desde o dia 1º de outubro, 100 indígenas bloquearam a ponte sobre o Rio Juruena, na rodovia MT-170, que liga os municípios de Juína a Brasnorte, distante 737 km e 580 km de Cuiabá, respectivamente, como forma de protesto. Os motoristas de carros e caminhões que precisam trafegar pelo local são obrigados a pagar um pedágio no valor de R$100 para seguir viagem. Já para os motociclistas, o valor do pedágio é de R$ 50. Os Enawenê-nawê alegam que o bloqueio se dá pelo não cumprimento dos prazos estabelecidos pela secretaria para o início das obras na estrada que dá acesso à aldeia Halataikwa.

O acordo foi realizado no dia 21 de agosto deste ano, quando outro grupo da etnia Enawenê-nawê interditou trecho da BR 174, na região entre o município de Comodoro, a 677 km da capital, e a cidade de Vilhena, em Rondônia, cobrando a pavimentação da via para que o grupo pudesse ter acesso a algumas cidades próximas. O G1 teve acesso ao documento elaborado pelos índios e encaminhado à Fundação Nacional do Índio (Funai), em Juína, na última quarta-feira (1º), onde eles anunciam o bloqueio e dizem que a obra emergencial na estrada deveria ter sido iniciada em 15 de setembro. Depois, conforme o documento, foi prorrogada para o dia 1º de outubro, mas o prazo não foi cumprido.

Com isso, os índios bloquearam a rodovia utilizando toras de madeira, pedras, galhos de árvore, e afirmam que só vão deixar o local quando a pavimentação começar. A interdição já dura sete dias e motoristas denunciam que os índios estariam abordando os veículos com arco e flecha para intimidar.

Acordo
O Ministério Público Federal recomendou a execução da obra de recuperação da estrada e o acordo foi feito entre o Governo do estado, Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e os indígenas, no dia 21 de agosto deste ano, durante uma reunião realizada na cidade de Comodoro, distante 677 km de Cuiabá.

Na ocasião, o secretário estadual de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu), Cinésio Nunes de Oliveira, havia se comprometido a realizar, de forma emergencial, a obra de recuperação e cascalhamento entre a estrada e a aldeia indígena. Também informou que seria disponibilizado com a máxima urgência maquinário para realização da manutenção dos pontos críticos da rodovia e que as obras iriam começar no dia 1º de outubro.

Protesto
Em 17 de agosto deste ano, os índios da etnia Enawenê-nawê bloquearam por mais de 50 horas trecho da BR 174, na região do município de Comodoro, a 677 km de Cuiabá, e a cidade de Vilhena, em Rondônia, como forma de protesto. Desde 1998, os Enawenê Nawê pleiteiam a construção de uma estrada saindo da rodovia até a aldeia Halataikwa, a maior do território indígena, para ser usada no transporte até as cidades e no abastecimento das aldeias onde atualmente vivem cerca de 700 pessoas.

No ano passado, os indígenas abriram a estrada que liga a aldeia à rodovia federal BR-174, mas que está em péssimo estado de conservação, não podendo ser utilizada em época de chuvas. Dessa forma, os índios têm o rio como única alternativa de acesso à cidade mais próxima, que é Juína. Contudo, a viagem de barco dura até 8h.

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