A polêmica dos remédios vencidos encontrados em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, será levada à Câmara de Vereadores, nesta quarta-feira (29). O secretário municipal de Saúde, Cassius Clays de Azevedo, vai depor em Plenário sobre os 400 mil medicamentos localizados com validade fora do prazo e mais duas toneladas de remédios armazenados em estoques públicos da cidade. O prejuízo estimado pelo órgão com a perda é acima de R$ 1 milhão.
Azevedo deverá ser ouvido pelos vereadores a partir das 18h30 [horário local] e garante que apresentará documentos e relatórios que comprovem que os produtos foram adquiridos entre 2012 e 2014, ainda durante a gestão do prefeito cassado Walace Guimarães (PMDB). Segundo o secretário, o então prefeito teria deixado de distribuir os remédios, que acabam perdendo a validade dentro do Centro de Abastecimento e Distribuição de Medicamentos (Cadim) e no Centro de Controle de Zoonoses.
Os medicamentos foram encontrados durante vistoria realizada pela Prefeitura de Várzea Grande no início do mês de julho. O presidente da Câmara de Vereadores, Calistro Lemes do Nascimento (PMDB), conhecido como Jânio Calistro, disse que a polêmica deve ser explicada à população e que o objetivo da convocação é para que o caso seja investigado e os “culpados” identificados.
“A situação é séria. Por isso, vamos cobrar explicações da prefeitura, a da secretaria, já que foram eles que fizeram a denúncia e localizaram os medicamentos estocados. O caso também foi encaminhado para a Comissão de Saúde da Câmara que também vai apurar o fato e, depois de concluído, poderá resultar em uma denúncia de crime de responsabilidade no Ministério Público Estadual (MPE)”, frisou o vereador.
O prefeito cassado, Walace Guimarães, que deixou o cargo no último mês de abril, rebateu as informações e alegou que os remédios que venceram nos últimos três anos não foram comprados na gestão dele.
Vistoria
Em uma vistoria realizada na primeira quinzena de julho, a prefeitura encontrou 400 mil remédios vencidos e ainda insumos hospitalares fora do prazo de validade. Eles estavam armazenados no Centro de Abastecimento e Distribuição de Medicamentos (Cadim). Uma semana depois, encontraram mais duas toneladas de medicamentos vencidos no Centro de Zoonoses de Várzea Grande e unidades da saúde.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, no Centro de Zoonoses e nas unidades de Saúde foram achados ainda equipamentos médicos hospitalares sucateados, como sete incubadoras para UTIs neonatal, aparelhos de raio-X, camas hospitalares, aparelho de foco cirúrgico e armários.
Os remédios encontrados deveriam ter sido usados para tratamento de doenças como epilepsia, parasitose intestinal, dor, febre, infecção urinária, úlcera, convulsão e gastrite, informou a secretaria. O caso também é investigado pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE).
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