Sem receber desde o mês de julho, os enfermeiros do Hospital Geral de Poconé, a 104 km de Cuiabá, estão em greve há cinco meses. Segundo a diretora da unidade hospitalar, Marinalva Aparecida Proença, a falta de repasses financeiros ao hospital comprometeu o atendimento aos pacientes. A unidade tem capacidade para receber 200 pacientes. Atualmente, apenas três pessoas estão internadas no hospital.
O governo informou que não existem repasses em atraso por falta de convênio com a unidade de saúde. A situação da documentação para a assinatura do termo já foi resolvida e, em breve, os pagamentos devem ser feitos.
A dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Tânia Rondon da Silva, diz que a situação é insustentável. “Já temos mais de três meses atrasados, tem funcionário passando fome, com luz e água atrasadas porque não recebe”, afirmou.
O pai da autônoma Tereza Rondon da Silva é um dos internados no hospital. Ela não reclama do atendimento e diz que foi bem recebida. A falta de estrutura, no entanto, é motivo de reclamação. “Meu pai está sendo bem tratado, mas o hospital pede para comprarmos algumas coisas que faltam”, disse.
Cerca de 75% da equipe médica precisou ser dispensada e comprometeu a realização de cirurgias na unidade. Ao atender o número menor de paciente, o hospital recebe menos dinheiro. No contrato com o estado, a entidade deveria receber R$ 191 mil por mês. O valor vem diminuindo já que a meta de atendimento não é batida.
Além da falta de salários para os funcionários de enfermagem, a empresa que fornece água mineral parou de prestar serviço para a unidade. Um único bebedouro funciona no hospital. O grupo que cuida do combustível para o gerador de energia ameaça cortar o fornecimento por falta de pagamento. Ao todo, a dívida do hospital está quase em R$ 600 mil.
Na farmácia são encontrados apenas itens básico e em pouca quantidade. “Eu peço a Deus para que nos ajude para não termos de fechar as portas”.