O suspeito de espancar e matar um menino de um ano e 10 meses, filho da namorada dele, em Cuiabá, confessou à Polícia Civil que deu um chute forte no abdômen na criança, mas que a mãe do menino também agrediu o garoto no pescoço. Ele estava com mandado de prisão temporária decretado pela Justiça por homicídio qualificado e se entregou na manhã desta sexta-feira (12) à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As informações são da Polícia Civil.
No dia seguinte ao crime, a mãe da vítima disse que o namorado havia sido o responsável pela agressão e morte. E voltou a negar, nesta sexta, que tenha agredido a criança. "Esse homem é um psicopata. Eu não bati no meu filho, eu não espanquei o meu filho. Quem espancou meu filho até a morte foi ele. Não fui eu", disse.
Após depoimento, o suspeito foi transferido para a Penitenciária Central do estado (PCE). O delegado André Renato Gonçalves, da DHPP, afirmou que vai apurar se a mãe do menino também agrediu o filho.
"Vamos averiguar se houve a participação da mãe no caso, porque ele falou isso, ele alegou isso. Compete à gente apurar o fato, esclarecer o fato, buscar a verdade real", disse Gonçalves.
Em depoimento que durou quase duas horas, o suspeito disse que agrediu o menino porque ele estava tentando pegar o fio desencapado de um secador de cabelo. Contou ainda que não agiu sozinho, pois a mãe, quando chegou para buscar o filho, bateu no pescoço dele.
O delegado afirmou que o suspeito demonstrou frieza durante o depoimento. "Ele não demonstrou estar chocado, de ter achado que a conduta dele tenha sido preponderante pra morte da criança", disse.
O crime foi cometido na noite da última sexta-feira (5), no bairro Dom Aquino, na capital. O menino teria sido encontrado desacordado na casa do namorado da mãe e com vários ferimentos e hematomas no corpo. A mãe da vítima teria saído de casa e deixado o filho sob os cuidados do namorado. Segundo a versão dela à polícia, quando foi buscar o garoto, ele já estava desmaiado.
A vítima então foi levada para o Hospital Geral Universitário da capital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu uma hora após receber atendimento médico. A mãe declarou que o padrasto chegou a ir junto com ela e a criança até a unidade, mas não entrou e desde então não tinha sido mais visto.
Durante as investigações, o delegado André Renato ouviu a mãe e a avó do menino, e depois pediu a prisão temporária dele, que acabou decretada pela 14ª Vara Criminal de Cuiabá.
No final do mês passado, a mãe da vítima e o suposto agressor tiveram um filho. Mas, nascido prematuro e após dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Geral, o bebê morreu.
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