Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
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'Tinha esperança', diz mãe após achar ossadas de filha e neto de 6 meses

21.08.2015
09:41
FONTE: G1 MT

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  • Adolescente de 15 anos e o filho dela foram mortos e ossadas foram achadas nesta quarta-feira
A doméstica Ivani Garcia, mãe da adolescente de 15 anos e avó do bebê de seis meses assassinados pelo ex-namorado da filha, em Sorriso, distante 503 km de Cuiabá, declarou estar arrasada e chocada com a crueldade com que a família foi morta. Tidos como desaparecidos há um ano, as ossadas das vítimas foram localizadas na quarta-feira (19) pela Polícia Civil e estavam enterradas. “Foi muito cruel. Nunca imaginava que isso poderia acontecer. Não havia motivos, jamais imaginei que ele seria capaz disso”, declarou.

O ex-namorado da adolescente, de 18 anos, está preso e confessou à Polícia Civil ter cometido o duplo homicídio porque acreditava que a menor o tinha traído e duvidava que a criança era filha dele. Além dele, outros dois suspeitos foram detidos por envolvimento no crime e também confessaram que ajudaram o amigo a matar as vítimas.

Em entrevista ao G1, Ivani, de 43 anos, contou que é viúva há três anos e morava com a filha e o neto Carlos Eduardo. Ela disse que tem outros dois filhos mais velhos que são casados. No dia do crime, Ivani lembra que a filha estava muito carinhosa, tirou a carne da geladeira e deixou em cima da mesa para fazer o almoco. Preparou a refeição e depois, contou que iria fazer um piquenique com o filho e o pai da criança.

“Saíram de casa à tarde e nunca mais os vi. Registrei boletim de ocorrência e eles estavam como desaparecidos. Não sabia o motivo, mas ainda tinha esperança de que um dia os veriam novamente”, relatou a doméstica.

O crime ocorreu no dia 12 de março de 2014, no Bairro União, uma região de mata nas proximidades do Rio Teles Pires. A mãe da adolescente conta que o suspeito sempre de demonstrou preocupação e ajudou a família a procurar pelas vítimas ao longo desse período.

De acordo com ela, o jovem dizia que ainda gostava da adolescente e que queria ajudar a cuidar do filho. Disse que o relacionamento do casal era estável, não havia brigas e a filha nunca reclamou do suspeito, que há época tinha 17 anos. A menor ficou grávida e eles terminaram o relacionamento.

“Mesmo assim ele continuou frequentando a minha casa, passeava com a minha filha e com meu neto normalmente. Nunca vi nada que pode levantar algo suspeito, ele ainda se gostavam”. A suspeita só foi levantada por Ivani quando ela conseguiu obter pela operadora as conversas telefônicas da filha no dia do crime. “Várias ligações foram feitas entre os dois naquele dia e até minutos antes do crime. Ela ligou várias vezes para ele e o suspeito para a minha filha. Achei aquilo estranho e fui até a delegacia”.

Ivani também contou à polícia que o rapaz andava com outros dois garotos e que eles poderiam estar envolvidos no caso. O ex-namorado da vítima já estava preso por participação em outro homicídio que ocorreu há 15 dias na cidade. O delegado Pablo Rigo, responsável pelo inquérito, declarou que ao receber a informação da família foi até os amigos do suspeito, de 18 e 17 anos, e eles confessaram.

Os dois levaram os policiais até o local onde os corpos foram enterrados por eles. O ex-namorado preso prestou novo depoimento sobre o crime e acabou dizendo que pediu a ajuda da dupla para cometer os assassinatos, conforme a polícia.

“Vou poder enterrar minha filha e meu neto com dignidade. Como eles merecem. É um alívio e uma angústia que me consomem nesse momento”, desabafou Ivani. Os restos mortais das vítimas estão na Perícia Oficial e Identificação Técnica de Sorriso (Politec) para análise.  Deverá ser realizado até esta sexta-feira (21) a coleta de DNA para confronto genético com os familiares da adolescente do bebê.

Enterrada viva
A polícia suspeita que a adolescente de 15 anos tenha sido enterrada viva.  A suspeita surgiu após o ex-namorado ter confessado que estrangulou a adolescente e que no momento do ato ela teria desmaiado rapidamente. Sem verificar se já estava morta ou não, ele e mais os dois amigos a enterraram. O corpo de Gislaine Garcia Oliveira estava de bruços e embaixo, o de Carlos Eduardo Garcia Oliveira. O delegado declarou que não descarta a possibilidade da adolescente ainda estar viva quando foi enterrada.

O perito criminal Luciano Nogueira, que acompanhou o trabalho dos investigadores no Bairro União, onde as ossadas foram localizadas, dissse que a princípio é verificada a hipótese de estrangulamento. No entanto, Luciano Nogueira ressalta que o laudo de necropsia deve apontar a causa da morte.

Entenda o caso
O inquérito aberto para investigar o caso aponta que o crime teve motivação passional. O ex-namorado confessou ter enforcado o filho na frente da ex-namorada e, depois, estrangulado a adolescente. No dia do crime, ele teria convidado a então namorada para participar de um piquenique junto com o filho, na região onde foram mortos.

Desde março de 2014, as vítimas eram tidas como desaparecidas e o caso só foi desvendado após a mãe da adolescente ter procurado a delegacia revelando que as últimas ligações recebidas no celular da filha eram dele.

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