O Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso cassou, na sessão desta terça-feira (22.07), o mandato do deputado federal Júlio Campos (DEM). Foram quatro votos favoráveis à cassação e um contrário. O relator do processo, juiz José Luiz Blaszak, votou pela cassação, tendo sido acompanhado pelos juízes membros Agamenon Moreno de Alcântara Júnior e Pedro Francisco da Silva e pela desembargadora Maria Helena Gargaglione Póvoas.
O voto divergente foi proferido pelo juiz Samuel Franco Dalia Júnior. O deputado federal Júlio Campos foi acusado de captação ilícita de sufrágio e captação ou gasto ilícito de recursos financeiros de campanha eleitoral nas Eleições de 2010.
O relatório que deu base à votação acusa o parlamentar de compra de votos por meio de distribuição de vales-compra e vales-abastecimento (ticket-combustível) num supermercado em Várzea Grande e em um posto de combustíveis na Avenida do CPA, em Cuiabá. O aliciamento dos eleitores ocorria por um filho de Júlio Campos que emitia os vales em cartões de apresentação de uma empresa da família. Havia um limite de “20 atendimentos por dia, em ordem de chegada”.
Após a denúncia, um agente da Polícia Federal se infiltrou dentre os eleitores, verificando haver a lista por ordem de chegada e pôde confirmar que se tratava de fato de uma “ajuda” via vale-compra em supermercado ou vale combustível. Os rumores de que a PF teria invadido a empresa prejudicaram o flagrante com a presença do candidato. Mesmo assim, agentes conduziram algumas pessoas para prestar declarações.
O parlamentar também foi julgado por gastos ilícitos, pois o dinheiro movimentado nas contas das empresas, entre elas agropecuárias e construtoras, teria sido para a compra de votos.
Campos foi eleito deputado em 2010. Antes disso, já foi prefeito de Várzea Grande, região metropolitana da capital, deputado federal por duas vezes na década de 70 e 80, comandou o Palácio Paiaguás e também atuou como senador da República.
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