Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
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Advogado de Alberto Youssef diz que doleiro emagreceu 20 kg na prisão

19.11.2014
11:58
FONTE: G1

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  • Doleiro Youssef está com a saúde debilitada, segundo advogados
O doleiro Alberto Youssef apontado como o líder do esquema de desvio e lavagem de dinheiro, estimado em R$ 10 bilhões, desvendado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF), deve voltar a depor daqui dois meses. A informação foi confirmada pelo advogado Tracy Reinaldet, nesta quarta-feira (19), após uma visita ao doleiro na Superintendência da PF em Curitiba. O jurista fez questão de destacar a saúde debilitada do investigado. De acordo com Reinaldet, Youssef emagreceu 20 kg desde que foi detido em março deste ano.

“Não é novidade dizer que ele está debilitado. Ele tem um quadro de saúde delicado e precisa de cuidados médicos”, disse o advogado. O jurista acrescentou que o doleiro tem sido tratado com respeito pela Polícia Federal e que tem sido bem atendido, quando necessário.

Apontado como líder do esquema, Youssef e os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) entraram em um acordo de delação premiada. Com isso doleiro se comprometeu a dizer tudo o que sabe sobre o esquema de lavagem de dinheiro, em troca de reduções nas penas que podem ser imputadas. Os desmembramentos da operação chegaram a Petrobras e também indicam a participação de Youssef. De acordo com as investigações, nove empreiteiras de grande porte são suspeitas de participar de um esquema de formação de cartel e pagamento de propina para corromper agentes públicos.

O doleiro divide a carceragem da Polícia Federal com outras 24 pessoas detidas na última fase da Operação Lava Jato, que teve como alvo justamente os executivos e funcionários das empreiteiras que têm contrato com a Petrobras de aproximadamente R$ 59 bilhões. 

Ele é o único em cela separada. Segundo Tracy Reinaldet, não há medo de represarias por parte dos delatados. O isolamento, portanto, é apenas uma medida preventiva. Youssef passa o dia lendo e dormindo, segundo Reinaldet. “A regra aqui é rigorosa. Não tem rádio nem TV”, comentou.

Tracy Reinaldet preferiu não se pronunciar sobre as declarações de investigados, que citaram o doleiro Youssef nos depoimentos à Polícia Federal. Ele afirmou não ter tido acesso ao conteúdo dos depoimentos. De acordo com os diretores das empresas, Youssef teria recebido comissões. O vice-presidente da Mendes Júnior chegou a detalhar o valor e a forma de pagamento da propina. “O valor total foi R$ 8 milhões. Foi feito pagamento mediante deposito nas contas do Alberto Youssef de julho de 2011 a setembro de 2011”, disse o advogado da empresa, Marcelo Leonardo.

Hospitalizado

Na segunda-feira (17), os advogados que defendem Youssef afirmaram que devem pedir à Justiça Federal do Paraná (JF-PR) a transferência do doleiro, com o uso de tornozeleira, para um hospital de São Paulo para ser tratado com o médico dele.

Alberto Youssef já foi internado no dia 25 de outubro no hospital Santa Cruz, na capital paranaense, após passar mal na carceragem da PF. Ele ficou internado na UTI coronariana e recebeu alta no dia 29 de outubro, sendo reencaminhado para a Polícia Federal.

Os agentes da PF informaram, na época, que ele teve uma forte queda de pressão arterial, causada pelo "uso de medicação no tratamento de doença cardíaca crônica". Segundo a polícia, esta foi a terceira vez que Youssef precisou de atendimento médico desde que foi preso.

O problema de saúde dispensou o doleiro de comparecer à CPI mista da Petrobrás no Congresso Nacional. A presença dele chegou a ser autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos originados a partir da Operação Lava Jato, porém, após a defesa pedir dispensa sob o argumento de que ele ficaria calado e se recusaria a responder perguntas dos parlamentares, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI mista, decidiu cancelar o depoimento.

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