O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse nesta segunda-feira (29) que o programa de governo dele vai ser apresentado em bate-papos na internet com representantes da equipe tucana ao longo desta semana. Na última sexta (26), Aécio havia dito que o programa seria apresentado nesta segunda. O debate em torno do governo é um dos que mobilizam a disputa presidencial. A candidata Marina Silva (PSB) tem criticado Aécio e Dilma Rousseff (PT) por ainda não terem apresentado seus programas. Aécio e Dilma, por outro lado, têm dito que o programa de Marina foi "feito a lápis", numa referência ao fato de o PSB ter retirado do documento original trechos relacionados ao apoio ao casamento gay.
Segundo explicou Aécio, que fez campanha no fim da manhã em São Bernardo do Campo (SP), integrantes de sua equipe vão conversar com internautas no Facebook de segunda a sexta nesta semana, sempre às 21h. Cada dia será debatido um eixo temático do programa, como sustentabilidade e cidadania.
Para o candidato, essa é uma forma "inédita" de apresentar o programa e um meio de, segundo ele, o programa de governo não ser "apenas um documento acadêmico".
"A nossa proposta construída a muitas mãos, centenas de pessoas foram envolvidas nisso, começa hoje a ser divulgada. Mas eu vou fazer de uma forma diferente, inédita até, para que o programa de governo não seja apenas um documento acadêmico, onde poucos manuseiam e a população não tem idéia daquilo que está sendo tratado", afirmou.
A ordem em que os temas serão apresentados, segundo Aécio, coloca no primeiro dia o eixo sustentabilidade, depois o papel do Estado, em seguida o eixo cidadania (que será discutido em dois dias) e, por fim, o desenvolvimento econômico.
O eixo do papel e da eficiência do Estado vai ser apresentado pelo governador de Minas Gerais e aliado de Aécio, Antonio Anastasia. Quem vai responder os internautas sobre o exio desenvolvmento econômico vai ser o ex-presidente do Banco Central Armínio Graga, que já foi anunciado por Aécio como ministro da Fazenda em um eventual governo do PSDB.
Após anunciar o formato de apresentação, Aécio foi questionado por jornalistas se haverá a publicação de um documento para consulta após os chats no Facebook. O candidato disse que poderia pedir para imprimir, em papel reciclável, um programa para os jornalistas.
"Posso até mandar uma cópia em papel para vocês, mas vai estar tudo publicado na rede social. Mas eu posso imprimir umas cópias em papel reciclado para vocês [jornalistas]", afirmou.
A assessoria do PSDB, até a última atualização desta reportagem, não soube informar se haverá a publicação de um documento com o programa de governo ou se a apresentação será feita exclusivamente por meio dos chats na rede social.
Para Aécio, o programa do PSDB apresenta proposta exequíveis. Ele criticou programas que sejam apenas "calhamaços que ninguém vai ler" e exibição de "boas intenções".
"É um programa para ser aplicado, é um programa que ao contrário dos outros que fazem diagnóstico e apresentam um conjunto de boas intenções, nós estamos falando de propostas, de propostas exequíveis", disse.
"Eu não vou te dar um calhamaço, que nem você vai ler e ninguém que está aqui vai ler. Eu vou apresentar um programa para ser debatido. O programa está pronto. Eu pessoalmente fiz nesses últimos dias alguns ajustes até para fazer uma síntese e não fazer um grande diagnóstico. Eu estou falando de propostas concretas, essa é ao meu ver é a forma mais democrática e mais complexa de apresentar um programa de governo", concluiu Aécio.
Crescimento da economia
Aécio percorreu ruas de São Bernardo e fez um discurso na Praça da Matriz. Na cidade que, é berço do PT, o candidato do PSDB criticou a condução da economia do governo Dilma Rousseff e disse que, se eleito, vai "retomar o crescimento do país".
"Quero reiterar meu compromisso com a retomada do crescimento do Brasil. A nossa proposta é aquela que resgata a confiança dos investidores para nós resgatarmos os empregos, que estão indo embora.
Apenas no ABC, são 100 demissões por dia. Nos últimos 12 meses, a indústria nacional demitiu mais de 80 mil trabalhadores e outros estão prestes a ser demitidos, porque o atual governo perdeu a capacidade de fazer o Brasil crescer. Nós construímos nos últimos anos um projeto que passa pela transparência fiscal, que passa pelo absoluto respeito às regras, e tudo isso será essencial para que os investimentos que deixaram de ser feitos, internos e estrangeiros, voltem a gerar empregos no Brasil", disse.
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