'Agricultura é prioridade em nosso governo', diz Ângela Portela, em RR

A candidata ao Governo de Roraima Ângela Portela (PT) disse que vai criar uma agência de assistência técnica e extensão rural para os produtores rurais, incluindo todos os projetos de assentamento. A declaração foi feita durante entrevista à TV Roraima e ao G1 nesta quinta-feira (21) ao responder à pergunta de um internauta sobre agronegócio e agricultura familiar. Ela também citou a retomada do 'Pró-Custeio'.

"Temos prioridadade para a agricultura familiar. O 'Pró-Custeio' era um programa que apoiava, que dava o incentivo financeiro ao agricultor familiar no momento em que ele ia plantar e também na hora da colheita. Com ele, o estado repassa recursos para o agricultor e este compra aquilo que necessita para impulsionar a sua atividade. A agricultura vai ser, sem dúvida alguma, prioridade em nosso governo", assegurou.

Em 2010, quando eleita senadora, ela disse que cumpriria os oito anos de mandato. Indagada sobre o motivo de mudar de ideia e concorrer ao cargo de governadora, Ângela justificou que a situação do estado está 'muito difícil' e pode contribuir para avançar nos projetos de desenvolvimento e na melhoria dos serviços públicos do estado.

"Acredito que estou preparada para fazer um trabalho significativo em Roraima como governadora. Tenho experiência como secretária de estado, deputada federal e senadora. Temos a proposta de aprovar projetos importantes e que possam causar impacto na sociedade de Roraima, fazendo o estado avançar", explicou.

Ao ser questionada sobre a cassação que destituiu seu marido, o deputado estadual Flamarion Portela, do cargo de governador em 2002 por abuso de poder, Ângela Portela esclareceu que durante toda a sua vida pública procurou trabalhar com seriedade e honestidade e não 'pretende' se envolver em escândalos de corrupção.

"Como secretária, criamos programas sociais muito importantes para a vida das pessoas, usando o dinheiro público. E todas as minhas contas foram aprovadas. Como deputada e senadora, sempre tive uma postura ética, procurando trazer benefícios para Roraima. Nunca nos envolvemos em escândalos ou qualquer ato de corrupção e desvio de recurso público", afirmou.

A candidata enfatizou que é preciso investir fortemente na infraestrutura das escolas e na capacitação de profissionais. Citou, como uma das ações de seu plano de governo, 'a escola de qualidade integral'.

"Temos de oferecer aos nossos alunos condições para assistirem a uma aula melhor. Há inúmeras escolas em nosso estado que não têm sequer água encanada, 78% delas não têm laboratório de informática e nem acesso à internet. No nosso plano, o aluno vai passar o dia inteiro na escola com diversas atividades e três refeições diárias. Certamente, a gente vai investir também na melhoria e na qualidade de vida dos nossos professores", afirmou.

Ângela Portela disse ainda que serão feitos convênios com as sete instituições de ensino superior do estado para oferecer aos professores da rede estadual de ensino formação continuada, 'uma capacitação para que eles possam estar muito mais preparados'.

A candidata petista afirmou que há um déficit de servidores efetivos concursados no estado e um excesso de cargos comissionados, e assegurou que concurso público é a forma mais legítima de se preencher os quadros de profissionais.

"Nós queremos realizar concurso público para atender à administração pública. Em nosso governo, vamos identificar onde há necessidade e vamos fazer concursos. E aqueles que ainda estão válidos, nós vamos chamar os concursados", garantiu.

Ângela destacou ainda a importância de se trabalhar em parceria com as prefeituras para melhorar a saúde no estado. "Esse projeto de desenvolvimento que nós queremos para Roraima, essa melhoria nos serviços públicos, passa necessariamente por uma nova repactuação política e administrativa com os municípios. Não podemos deixá-los desamparados", considerou.

Ao ser questionada sobre mineração em terras indígenas no estado, a candidata enfatizou a importância da discussão com os povos indígenas.

"Existe um projeto no Congresso Nacional que prevê mineração nessas áreas. Mas, da forma como está construído, eu sou contra. Acho que nenhum projeto de mineração em terras indígenas pode acontecer sem que haja uma concordância desses povos, sem que haja uma ampla discussão com os indígenas do nosso estado, porque eles são os donos da terra. Se houver essa possibilidade de mineração, que seja discutida com eles, sempre tendo o cuidado imenso de conservação da natureza e preservação dos nossos recursos naturais", argumentou.

"Nós queremos apoiar os pequenos empresários e criar as incubadoras de empresas em parceria com as universidades, para que possamos ter novos serviços e negócios. Nós queremos facilitar a vida dos nossos pequenos empresários, estimular, fazer ações afirmativas, porque são eles que estão aqui gerando trabalho, emprego e renda para a população do nosso estado", disse Ângela Portela ao responder a um internauta sobre microempresas.

Nascida no Ceará, Ângela Portela, de 52 anos, se formou em Letras pela Universidade do Vale do Acaraú, em Sobral, e se mudou para Roraima em 1985. A petista é casada e mãe de duas filhas. É servidora pública da União. Ângela foi eleita deputada federal em 2006 e no pleito seguinte, em 2010, tornou-se senadora pelo PT. Foi adjunta e, entre 2003 e 2004, titular da Secretaria Estadual do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes).