Mato Grosso, 28 de Março de 2024
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Bebê morre sem atendimento em unidade de saúde, denuncia família

15.09.2014
10:35
FONTE: G1

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  • Família diz que Davi Lucas morreu por falta de atendimento
A família do recém-nascido Davi Lucas denuncia que o bebê morreu no domingo (11), aos 11 dias de vida, por falta de atendimento no Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) Chácara do Governador, em Goiânia. Pai do menino, Ivair Lopes procurou a unidade às 6h30, quando, segundo funcionários o informaram, três médicos deveriam estar na unidade, mas não havia nenhum.

“Não tinha médico, uma enfermeira tentou reanimá-lo, não deu conta de reanimar, Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] veio pra prestar socorro, médico não tinha chegado ainda e ele morreu”, relata o pai.

O diretor de atenção à saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Sandro Rodrigues, alega que havia um médico na unidade de saúde no domingo. Ele afirmou que o bebê chegou morto ao local. “A mãe chegou com a criança no Cais, a criança já estava em óbito. Quando se chega ao Cais o primeiro atendimento é com o profissional enfermeiro. Como se tratava de uma parada, foi acionado tudo que é necessário para fazer esse atendimento”, disse o diretor.

Ivair registrou uma ocorrência contra o Cais no 8º Distrito Policial de Goiânia. “Hoje foi meu filho, amanhã pode ser o seu, ou de alguém que precisar da rede municipal de saúde. É isso que acontece aqui em Goiânia”, lamenta o pai.

O Instituto Médico Legal recolheu o corpo do bebê cerca de seis horas depois da morte de Davi, que pesava quase 3 kg e media 57 centímetros. “A dor é demais. Você não sabe a dor que estou passando. Muito tenso, muito doloroso saber que meu filho entrou vivo e não tinha médico pra atender”, disse Ivair.

O pai de Davi afirma que a falta de atendimento em unidades de saúde é um problema recorrente: “Cadê o médico? Procura quantos que estão aqui. Quantos deveriam ser atendidos? Não tem atendimento no Cais. Hora nenhuma, dia nenhum, não é só hoje. Todos os dias são assim”, reclama Ivair.
Sem consulta

Outras pessoas também procuraram atendimento no Cais Chácara do Governador e não foram atendidas. Uma delas é a empregada doméstica Joice Quintino, que estava com o filho Miguel, de 3 anos, febril e vomitando. “Ele acabou de passar pela triagem, que não é com médico. É só enfermeira que olha, avalia e diz que pelo quadro dele, ele tá com febre, vomitando, já vomitou aqui 4 vezes, está com diarreia. Ela falou que não tem médico para atender. Disse que tem um médico que só atende os casos mais graves. Então isso aqui para eles não é grave”, explicou a mãe.

A diarista Maria José Batista também levou a filha à unidade de saúde, mas não conseguiu uma consulta com médico. “Passa pela triagem e fala que não tem médico, se quiser procurar outro posto pode ir porque aqui não tem como, até de noite”, reclama a diarista.

O diretor explicou que o atendimento de casos mais graves é priorizado. “A gente organiza o nosso serviço, e não é só Goiânia, mas como Brasil inteiro, na lógica de classificação de risco, justamente que alguns pacientes não têm aquela urgência no momento para ser atendido, então essa demora é até um pouco previsível em relação a isso”, afirmou Sandro.

O representante da Secretaria Municipal de Saúde afirmou que o órgão está tomando providências para contratar mais médicos. “Fizemos o último chamamento do concurso agora, o pessoal deve estar até o final de setembro, início de outubro iniciando o trabalho para estar assumindo os cargos na Secretaria de Saúde”, informou o diretor.

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