Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
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Brasileira larga profissão e viaja o mundo para se especializar em chás

10.11.2013
04:33
FONTE: G1

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Com o sonho de montar uma casa de chás em Curitiba, a jovem Daniele Lieuthier, de 27 anos, decidiu viajar o mundo para se especializar no ramo. O percurso começou em Paris, na França, em julho deste ano e deve encerrar em abril de 2014, no Marrocos. A curitibana planejou passar também pela  Inglaterra, Turquia, Índia, Nepal, Tailândia, China, Japão eTaiwan - dez países ao todo.

Para custear a viagem, Daniele optou pelo método "Farm and Travel", onde ela trabalha e ajuda os produtores das fazendas em troca de hospedagem e alimentação. Entre um local e outro, ela busca entender a cultura e os diferentes procedimentos de cultivo e preparo.

A paixão de Daniele pela gastronomia começou em 2008, quando largou a profissão de publicitária para investir no ramo. "Desde que aprendi a apreciar mais a culinária, meu sonho era abrir um café. Mas, viajando por aí, vi que chá é tendência e é o novo nicho de mercado. Por isso, decidi abrir uma casa de chá", conta.

Antes de iniciar a viagem, Daniele já tinha passado uma temporada fora do Brasil. Quando retornou, chegou a trabalhar como cozinheira e a gerenciar um restaurante em Curitiba. Foi a partir daí que o sonho em abrir um negócio próprio se concretizou. Entre os setores em que ela buscou especialização estão o de confeitaria e padaria.

Até chegar a Çiftepugar, um vilarejo que fica no estado de Artvin, quase na fronteira com a Geórgia, onde está instalada atualmente, a jovem relembrou as experiências vividas desde o início da viagem.

"Minha família e meus amigos acham que eu sou meio maluca", brinca Daniele. "Mas meus pais ficam tranquilos porque sabem que eu sei me virar, já morei duas vezes fora. Agora, comecei por Paris, onde passei todos os dias e todas as tardes tomando chá", recorda. Ela relatou que chegava a visitar de cinco a sete casas de chá e confeitarias por dia. "Cinco dias depois fui para Londres. Fiquei uma semana no mesmo ritmo de Paris - tomando chá e comendo docinhos em alta velocidade, pra aproveitar bem o tempo", conta.

"Eu gostei de todos. Mas em Londres tem um tipo de chá conhecido como "pu-erh", que são fermentados por fungos e bactérıas. Esse eu achei com um gosto bem esquisito e peculiar", conta Daniele. Segundo ela, depois de preparados, os chás são comprimidos e armazenados por muito tempo.

"Esse processo era utilizado para facilitar o transporte, pois com as folhas comprimidas, o espaço utilizado é menor. Podem ser de qualquer tamanho. O resultado desse método de preparo é um gosto de terra molhada, quase barro. Bem esquisito", afirma. Os chás são chamados pelos londrinos de "tijolos".

Daniele contou também que os chás da tarde em Londres são como cafés coloniais. "São chiques e servıdos à la carte. Tive o prazer de ir a um que se chamava Prêt-'a-portea, no Hotel Berkeley. Todos os doces eram inspirados em roupas e acessórios de renomados designers. E era tudo muito bom! O único problema era o preço", explica. O valor médio, segundo ela, gira em torno 45 libras, o equivalente a R$ 150.

O próximo destino da curitibana foi Istambul, onde ela morou por dois meses. "Passei uma semana trabalhando em uma loja no Spice Bazaar (uma espécie de mercado municipal), que vende chás e temperos. Aprendi umas técnicas turcas de venda muito engraçadas. Os caras fazem tudo pra vender. Mas lá, trabalhava 12h por dia, de pé, chamando as pessoas que passavam pelo corredor para entrarem na loja. Foi esgotador", lembra.

Também em Instambul, um doce recheado com frango desfiado chamou a atenção de Daniele. A sobremesa é conhecida como tavuk Göğsü e é uma espécie de pudim, com consistência de creme com gosto de baunilha, canela e frango desfiado, detalha.

"O mais engraçado é perguntar para as pessoas se elas gostam da sobremesa e escutar respostas tipo: é uma delícia ou é meu doce favorito, como se fosse o brigadeiro feito no Brasil", acrescenta. "Apesar de tudo foi uma experiência muito bacana. Todos os dias eu tomava muito chá preto, que para os moradores de lá é como se fosse café".

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