Mato Grosso, 18 de Abril de 2024
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Cenipa faz recomendação com base no acidente de Eduardo Campos

28.11.2014
10:18
FONTE: G1

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  • Eduardo Campos ao lado do Cessna 560XL
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) fez a primeira recomendação para prevenir novas tragédias com base na apuração do que provocou a queda do avião que matou o candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) em 13 de agosto deste ano. 

A recomendação do Cenipa pede que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) “assegure” que os pilotos recebam o treinamento correto para operar no Brasil a aeronave Cessna 560-XL, envolvida no acidente, e também verifique, ao emitir as licenças para os pilotos, que seja realizado um correto treinamento de “familiarização” ou de "diferenças" com outros modelos de aeronaves Cessna e também em relação a outras aeronaves do mesmo fabricante.
 
Além de Campos, outras seis pessoas morreram na tragédia em Santos (SP), entre elas o comandante da aeronave, Marcos Martins, e o copiloto Geraldo Magela Barbosa da Cunha. A aeronave caiu durante um processo de arremetida após tentar, sem sucesso, pousar durante a chuva na base aérea da cidade.

A FAB salienta que, “apesar da medida [a recomendação enviada à Anac], somente ao final das investigações é que será possível apontar conclusões com a correlação de todos os fatores contribuintes para acidente”. O Cenipa não informou a relação direta da recomendação com o acidente.

“Toda condição de risco que percebemos durante a investigação gera uma recomendação preventiva, neste caso, trata-se do treinamento dos pilotos. O treinamento e a verificação de proficiência deles para pilotarem uma aeronave específica estão diretamente relacionados. Nossa recomendação é para que seja aplicada a legislação”, disse ao G1 o chefe do Cenipa, brigadeiro José Schuck.

A Anac informou que "a recomendação do Cenipa foi encaminhada para a análise técnica devida e providências que se fizerem necessárias". "A Anac assegura o fiel e correto cumprimento da IS 61-004 em vigor, zelando pela operação segura das aeronaves da série CE560-XL, fabricadas pela Cessna Aircraft Company, em território brasileiro", informou a agência.

Expedida em 24 de novembro, a recomendação “propõe que a Anac assegure o fiel e correto cumprimento da IS 61-004 em vigor, no que se refere aos procedimentos estabelecidos para o ‘treinamento de familiarização’ ou para o ‘treinamento de diferenças’, quer em simulador ou em aeronave, bem como a verificação de proficiência dos pilotos que operam no Brasil, de forma a garantir a operação segura das aeronaves da série CE560-XL, fabricadas pela Cessna Aircraft Company, em território brasileiro”, diz o documento.

Treinamentos exigidos

A Instrução Suplementar (IS) 61-004 é uma legislação da Anac que traz a lista de habilitações que são emitidas para licenças e os requisitos para verificação de proficiência dos pilotos.

A primeira versão do documento, que define as especificações técnicas para as licenças de tipo de aeronave, foi publicada em 3 de julho deste ano. A última versão da norma, com uma revisão, foi expedida em 31 de outubro.

Pelo texto da Anac, o "treinamento de familiarização" ou o "treinamento de diferenças" serão exigidos pela Anac quando o piloto deseja obter uma nova habilitação de tipo para uma nova aeronave.

No caso da "familiarização" é necessário apenas "a leitura de material didático sobre as diferenças entre modelos de um mesmo tipo, ou estudo dirigido por computador" determinado pela Anac após relatório sobre avaliação da aeronave. Já o treinamento de "diferenças" inclui "tempo de instrução dedicada em sala de aula, com verificação de conhecimentos teóricos, podendo também incluir tempo de instrução em voo, com a respectiva verificação de proficiência".

No caso das aeronaves Cessna, Anac passou a exigir "um treinamento de diferenças", e não só de familiarização, para pilotos que querem obter licenças transitando em aeronaves de modelos diferentes da mesma fabricante. Em alguns casos passará a ser exigido também um novo voo de verificação de proficiência nos diferentes modelos. Também há diferentes níveis de exigências no caso do piloto estar apto apenas para atuar como copiloto e não como comandante de um modelo específico.

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