Mato Grosso, 28 de Março de 2024
Nacional / Internacional

CNBB critica ataques na campanha presidencial e defende propostas

23.10.2014
15:44
FONTE: G1

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  • Dom Raymundo Damasceno deu entrevista coletiva em Brasília
O arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, condenou nesta quinta-feira (23) os ataques mútuos entre os candidatos à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) durante a campanha eleitoral. Para o religioso, os eleitores são iludidos quando os candidatos partem para ataques pessoas em detrimento da discussão de propostas.

“É lamentável, porque eu sempre disse aos candidatos que o importante não é o resultado nas urnas, mas a contribuição que dariam para aperfeiçoar nossa democracia, ajudar o cidadão a se tornar mais participante e discutir propostas para o país. Mas muitas vezes a campanha descamba para outro rumo”, disse o cardeal em entrevista à imprensa na sede da CNBB, em Brasília.

Ele fez referência a um debate no primeiro turno, organizado pela CNBB, no qual Dilma e Aécio trocaram farpas sobre corrupção.

 “No nosso debate, tentamos elevar o nível em termos de perguntas, mas o que nós vemos é que a campanha se descamba para ataques pessoas utilizados pelos marqueteiros. Nem sempre esses ataques correspondem à verdade. O marqueteiro tem um papel muito importante e o eleitor, que está ansioso em ver projetos para o país, fica defraudado”, disse Damasceno.

Debate na TV Globo

O arcebispo afirmou ainda que o último debate entre os presidenciáveis, que será realizado pela TV Globo na sexta-feira (24) depois da novela Império, será “importante” para a população escolher seu candidato. O programa vai contar com perguntas de eleitores indecisos, que estarão na plateia.

“Será importante, uma oportunidade para os candidatos se apresentarem mais tranquilos, sem ataques. Para que os indecisos ou desejosos de votar nulo se sintam mais animados a participar das eleições”, disse o cardeal.

União gay e divórcio

O arcebispo falou ainda sobre o sínodo dos bispos, realizado pelo Vaticano na semana passada. Há consenso dentro da Igreja, segundo Damasceno, de que homossexuais devem ser “acolhidos”, mas não há mudança no posicionamento em relação ao matrimônio. A união gay, disse, não pode se equiparar a uma família.

“A posição é muito clara. Não se pode equiparar essas situações [união de pessoas do mesmo sexo] ao matrimônio, porque para a Igreja a união é de um homem e de uma mulher. Não se pode também equipar a uma família”, afirmou o religioso.

A orientação sexual das pessoas, conforme Dom Damasceno, deve ser respeitada sem discriminações. “É importante que não haja rejeição, mas não significa que a Igreja esteja aprovando, apoiando”, afirmou.

Sobre divórcio, o presidente da CNBB disse que os cardeais discutiram a possibilidade de simplificar a anulação do matrimônio a fim de que pessoas que contraem uma segunda união possam receber a benção da Igreja católica. O casal, porém, terá que atender a requisitos.

“Podemos sim simplificar esse processo desde que atenda a certos critérios. A Igreja poderá admitir comunhão e confissão de pessoas em segunda união depois de um processo de acompanhamento da vida do casal, que deve ter compromisso com a vida na igreja”, afirmou.

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