Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
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Com leucemia, 'pequeno Homem-Aranha' mobiliza rede solidária no RS

25.11.2014
10:06
FONTE: G1

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  • Pedrinho foi diagnosticado com leucemia há cerca de um mês
Aos 3 anos e 10 meses de idade, o pequeno Pedro Henrique Azeredo da Cunha já mostra uma força digna de um super-herói para enfrentar as dificuldades da vida. Diagnosticado com leucemia há cerca de um mês, o menino de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, enfrenta a dura rotina de tratamento em um hospital da capital gaúcha. Desde então, suas vitórias contra a doença são narradas nas redes sociais e mobilizam uma grande rede de solidariedade.

Até a segunda-feira (24), duas páginas no Facebook já haviam sido criadas para arrecadar doações e iniciar uma corrente de orações para o menino. Uma delas leva o título de “Pedro Henrique, nosso pequeno Homem-Aranha” não por acaso. Esse é o super-herói favorito do menino, que sempre aparece nas fotos vestido com camisetas e brincando com bonecos do personagem das histórias em quadrinhos.

As páginas foram criadas para ajudar a família de Pedrinho, que enfrenta dificuldades financeiras e outros problemas após a demissão do pai, um acidente de trânsito e a descoberta de um tumor no útero da mãe. Sem um plano de saúde que cubra todos os exames necessários, os pais não têm condições de custear o tratamento do menino, diz a mãe, a promotora de vendas Viviane Azeredo Cunha, de 26 anos.

Viviane conta que, por pouco, Pedrinho não ficou sem qualquer tipo de convênio, já que o marido perdeu o direito a um plano de saúde privado quando foi demitido do emprego, em março. “A sorte foi que minha sogra, por acaso, decidiu incluir ele e o irmãozinho, que são gêmeos, em um plano do Ipe [Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul]. Mesmo assim, já temos mais de R$ 2 mil em despesas com exames, que não são cobertos pelo convênio”, detalhou ela ao G1.

Para cobrir essas despesas, um brechó já foi realizado em Viamão e outro está programado para o dia 13 de dezembro. Doações de sangue, imprescindíveis para o tratamento de Pedrinho contra a leucemia linfóide aguda (LLA) do tipo B, também reforçam a mobilização, que conta ainda com rifas e outras ações organizadas pelas páginas nas redes sociais.

Ano difícil para a família

Mãe de outras duas crianças, além dos gêmeos, Viviane diz enfrentar em 2014 “o pior ano de sua vida”. Após o marido perder o emprego, outro filho teve pneumonia e chegou a ser hospitalizado em abril. Em setembro, ela capotou o carro após ser atingida por um ônibus e, no hospital, foi diagnosticada com um tumor no útero, que ainda não sabe se é benigno ou maligno. “Estourou tudo. Não dá mais para manter a família. Vendemos dois carros, um aparelho de som, video game. Tudo o que podíamos”, afirma.

Preocupada em acompanhar o tratamento de Pedrinho no hospital, Viviane diz ter conseguido recentemente uma licença médica para se afastar do trabalho, depois de um laudo apontar um quadro de depressão. O objetivo agora é assegurar que uma perícia do INSS garanta uma renda mensal e a mantenha livre para seguir 24 horas por dia ao lado do filho. Os resultados ainda não saíram, diz ela, aflita com a possibilidade de ter de trabalhar antes da recuperação do filho.

A mãe conta que Pedrinho demonstra um pouco de irritação com a rotina de tratamento e sessões de quimioterapia, mas o que mais a preocupa são as restrições que a vida dele pode ter no futuro. “Já chorei vendo filmes sobre leucemia, mas não tinha noção do que eu iria vivenciar isso. Uma das paixões do Pedro é ir para a praia. E fiquei sabendo que ele não poderá mais pegar sol. Nem churrasco pode mais, porque há produtos químicos no carvão”, conta.

A doença, explica ela, também deve afetar a relação com o irmão gêmeo, João Vitor. Os dois são amigos inseparáveis nas brincadeiras, mesmo durante o tratamento de Pedrinho. “Eles não poderão fazer a mesma coisa. Vamos manter a união, mas no início é muito difícil para uma criança. É uma transformação e nós vamos nos ajustar a vida dele”, promete a mãe.

Mesmo diante de todas as dificuldades, a família e as cerca de 7 mil pessoas que formam os grupos nas redes sociais estão confiantes na recuperação de Pedrinho. Os pais agora aguardam o resultado de exames que irão revelar a gravidade da leucemia do menino. A esperança é de que a doença tenha o menor grau de risco, o que afastaria a possibilidade de um transplante ou de a leucemia reaparecer durante a adolescência do menino.

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