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Considerado raro, câncer de olho pode levar à cegueira e até à morte

24.04.2013
12:04
FONTE: G1

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  • Ilustração
As doenças oftalmológicas que surgem na infância e que causam cegueira podem ser percebidas ainda no começo. Se a catarata e o câncer de olho forem detectados com rapidez, é possível evitar a perda da visão e aumentar a qualidade de vida das crianças.

Os sintomas podem ser identificados pelos pais. “A família vai começar a perceber que a criança tem alguma deficiência visual quando chega a época de ela estabelecer um contato visual com a mãe. A presença de uma pupila branca já significa um grau mais avançado de opacidade, mas nem todas as cataratas dão pupila branca”, alerta a oftalmologista Andrea Zin.

Ela faz parte do corpo de médicos do Instituto Catarata Infantil, criado em 2004 para atender famílias de baixa renda que precisam de um tratamento de urgência. A unidade, mantida com doações de colaboradores, atende atualmente mais de cem crianças. O serviço gratuito surgiu para suprir a deficiência do setor público em absorver todos os pacientes.

Quatro em cada dez mil crianças nascem com a catarata, que pode levar à cegueira. No Rio, a estimativa é que 40 crianças nasçam com a doença a cada ano. “São 40 indivíduos que a gente tem que absorver no sistema público. E é uma deficiência visual absolutamente não necessária, porque tem diagnóstico e tratamento. Não tem nenhuma necessidade que uma criança que nasça com uma catarata infantil fique deficiente visual ou cega”, afirma Andrea.

A doença atua com rapidez e afeta toda a engrenagem que processa a visão. E os primeiros meses podem ser decisivos para a conexão entre os olhos e o cérebro. O teste do olhinho ou do reflexo vermelho é uma das maneiras de identificar o problema. Está em debate no Senado a obrigatoriedade do teste em todo o país, mas as mães já podem exigir que o filho seja examinado por um especialista ainda na maternidade. Segundo Andrea Zin, a catarata é uma das três principais causas de cegueira infantil e deficiência visual no país.

Câncer de olho afeta 4 em cada 1 milhão de crianças

De todas as doenças oftalmológicas infantis, a mais grave é o retinoblastoma. Considerado raro e silencioso, o câncer de olho se manifesta até os quatro anos de idade e pode levar à cegueira total ou à morte. O diagnóstico precoce evita a perda da visão e aumenta as chances de cura. O retinoblastoma representa 3% dos tumores desenvolvidos em pacientes com menos de 15 anos.

Estima-se que, por ano, o câncer de olho afete quatro a cada um milhão de crianças. A doença pode ter início em um ou ambos os olhos e pode se estender a outras zonas do crânio.

Em 90% dos casos, atinge crianças até cinco anos de idade. O índice de cura é alto, mas o tumor, que é considerado bastante agressivo, tem rápida evolução. “A partir de seis meses do primeiro sinal, você não consegue preservar o olho da criança. Às vezes, nem a vida”, explica a oftalmologista Clarissa Matosinho.

A mancha branca nos olhos, principalmente em fotografias, ou a ausência total de reflexos são os principais sintomas. Segundo os médicos, 60% dos casos de câncer de olho que chegam ao Instituto Nacional do Câncer, no Rio, já estão em estado avançado. A insistência dos pais em realizar exames ainda na maternidade pode salvar vidas.

São os pais também que percebem os primeiros sintomas de outra doença, a síndrome da disfunção lacrimal, conhecida também como síndrome do olho seco. Ela é causada pelo ressecamento dos olhos, que pode ser motivado pelo excesso de exposição a jogos eletrônicos e ao computador.

“Você tem menos lágrima sendo produzida ou tem uma alteração da lágrima. Ela pode estar em quantidade normal, mas a qualidade pode estar alterada”, aponta o oftalmologista André Berger. O especialista explica que, quando estamos concentrados em uma atividade, a tendência é que pisquemos menos, o que pode fazer com que as lágrimas evaporem mais rapidamente. “Com o passar do tempo, isso se torna um problema, porque você está fazendo uma exposição contínua e crônica”, diz.

As crianças já estão entre os principais pacientes nos consultórios médicos. “Ela, às vezes, passa anos e anos sem enxergar bem, com uma ardência no olho, mas ela não tem uma referência, ela nunca soube que aquilo não era normal”, destaca Berger. O tratamento para a síndrome do olho seco, além de colírio para curar a irritação, é evitar o tempo exagerado com os olhos grudados em equipamentos eletrônicos.

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