Tonhão, vem cá! Geralmente, quando os torcedores querem tirar uma foto com Antônio Carlos, é assim que tentam chamá-lo. Ele vai, sem se incomodar. Mas não é bem o jeito que ele prefere ser conhecido. "Isso é coisa do Marcão", diz ele. Foi o auxiliar técnico e ex-jogador do Fluminense que o apelidou assim. Em um bate-papo bem humorado com o GloboEsporte.com, o zagueiro falou sobre o dia a dia em sua nova passagem pelo Tricolor.
- Esse negócio de Tonhão começou com o Marcão. O Marcão chegou e disse: "Pô, o Antônio Carlos é muito grande, vamos chamar de Tonhão". Eu não gosto não. Às vezes, torcedor chega e fala: "Vamos tirar uma foto, Tonhão". Eu não gosto muito não. Meu nome não é bonito, mas também Tonhão não é uma coisa que me agrade muito (risos) - disse Antônio Carlos.
Na realidade, o apelido é o que menos importa para Antônio Carlos. A proposta de jogar no Fluminense novamente - a primeira passagem no profissional foi entre 2003 e 2005 - o tirou de um momento de insatisfação no São Paulo, onde não estava sendo aproveitado. Para um jogador de 32 anos (completou agora no dia 22 de junho), não poder fazer o seu trabalho provoca uma queda na confiança e a incerteza do futuro. É o que diz o zagueiro, que contou sobre o momento e deixou claro que não guarda nenhum tipo de mágoas do clube do Morumbi.
- É complicado ficar sem jogar. Eu não estava tendo oportunidades, chegava o domingo, e minha filha me perguntava: "Papai, por que você não está jogando?". O que vou dizer? Tinha que pensar em voltar a jogar. Recebi algumas propostas, e vi na do Fluminense a chance de voltar para a cidade onde eu nasci, um lugar que eu conheço.
A estreia de Antônio Carlos no Campeonato Brasileiro não foi em um cenário agradável. O Fluminense foi goleado por 4 a 1 pelo Atlético-MG, mas, depois disso, o time se reergueu. E o zagueiro pareceu se firmar na defesa. Nesta quinta-feira, contra o Santos, será titular de Enderson Moreira. Gum, seu companheiro, cumprirá suspensão, e Marlon está à disposição.
Atuações confiantes de Antônio Carlos deram a ele a alcunha de Xerife para muitos torcedores. Ele, porém, que completou 100 jogos com a camisa do Flu diante do Goiás, no último domingo, diz não se sentir dessa maneira. Diz também não ser muito brincalhão dentro do elenco, mas...
Quando Edson passa por trás de sua cadeira no momento da entrevista e começa a gravar um vídeo para uma jornalista em que canta o hino do Fluminense, Antônio Carlos não perde tempo para tirar um sarro do amigo. Olha para o lado e tenta chamar a atenção do companheiro, rindo.
- Ah, eu sou mais na minha (risos). Tem os moleques aí, os mais novos, que gostam de brincar bastante. Tem outros caras que gostam também. Acho que tem que ter descontração fora do campo, tem que ter alegria, é bom para todo mundo.
Fred também foi tema. Antônio Carlos disse que lembra de alguns duelos entre eles dois, até na França, quando o atacante atuava pelo Lyon, e ele, pelo Ajaccio. O zagueiro considera a liderança do capitão positiva e dá a garantia de que a equipe vai batalhar com firmeza para conseguir uma vaga na Libertadores de 2016.
Quinta-feira tem o próximo desafio. O Fluminense recebe o Santos e tenta a terceira vitória seguida, depois da Ponte preta e do Goiás. A partida será realizada no Maracanã, às 21h (de Brasília), e é válida pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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