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Em sessão solene, Congresso homenageia João Goulart

04.05.2015
15:07
FONTE: G1

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  • Sessão solene do Senado que homenageou o ex-presidente João Goulart
O Congresso Nacional realizou nesta segunda-feira (4) sessão em homenagem ao ex-presidente da República João Goulart, deposto pelo golpe militar em 1964. A sessão solene também celebrou o Dia do Trabalho, comemorado no último dia 1º.

A homenagem ao ex-presidente foi proposta pelo líder do PDT no Senado, Acir Gurgacz (RO) e pelo deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA).

Estiveram presentes no evento os filhos de Jango, João Vicente Goulart, presidente da Fundação João Goulart, e Denise Goulart. Além deles, compuseram a mesa o ministro do Trabalho, Manoel Dias; o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi; e o presidente do PDT do Distrito Federal, George Michel.

"Jango está vivo na memória dos brasileiros que ainda sonham, dos brasileiros que imaginam que essa sociedade pode ser mais fraterna, mais igual. [...] Jango vive. Nós, herdeiros políticos, herdeiros trabalhistas, não aceitaremos que qualquer ação impeça o resgate da sua memória", afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi.

"Agradeço em nome de nossa família esta justa e merecida lembrança àquele que permaneceu inabalável ao lado dos brasileiros. [...] Quero agradecer a todos aqueles que em uma segunda-feira típica se dispuseram a estar aqui presentes", disse o filho de Jango, João Vicente Goulart.

Histórico

Herdeiro político de Getúlio Vargas, Jango foi vice-presidente do Brasil no governo de Juscelino Kubitschek, entre 1956 e 1961. Elegeu-se para vice-presidente também no governo que sucedeu o de JK, o do ex-presidente Jânio Quadros.

Antes, já havia sido ministro do Trabalho de Getúlio Vargas. Medidas propostas por Jango no período em que comandava a pasta renderam, como aumento do salário mínimo e alterações na previdência, fizeram que militares suspeitasse que ele  mantinha vínculos com o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e com o Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Em 2 de setembro de 1961, Jango assumiu a Presidência no lugar de Jânio Quadros, que havia renunciado. Jango só pode assumir o posto após o sistema parlamentarista ser aprovado pelo Congresso.

Nos anos em que presidiu o país, Jango propôs o que ficou conhecido como "reformas de base", medidas que previam uma maior intervenção do Estado na economia brasileira. Entre as principais reformas estavam a reforma agrária, a reforma eleitoral - que permitia o voto para analfabetos, e a reforma fiscal.

Durante seu governo, sofreu oposição de militares de alta patente, que acusavam o presidente de preparar um golpe de esquerda no país.

Em 1º de abril de 1964, após pedir asilo ao governo urugaio, Jango foi deposto pelos militares, o que abriu caminho para a instalação do regime militar na época e para a posse do marechal Castelo Branco na Presidência.

Em 2013, em sessão simbólica, o Congresso tornou nula a declaração de vacância da Presidência da República, feita em 2 de abril de 1964 pelo então presidente do Congresso Nacional, senador Auro de Moura Andrade.

Na época, Andrade usou o argumento de que João Goulart tinha deixado o governo. Jango, contudo, estava no Rio Grande do Sul em busca de apoio de aliados, uma vez que estava na iminência de ser detido por forças golpistas.

"João Goulart [foi] um estadista que não queria ver uma guerra civil no Brasil. [...] Ele preferiu ir para o exílio do que ver um derramamento de sangue no Brasil", lembrou o ministro do Trabalho, Manoel Dias.

"Essa homenagem que nós prestamos não é apenas para relembrar, é para revigorar, revitalizar a nossa fé de que ainda vamos encontrar um país que podemos construir", concluiu Dias.

Em sua fala, Goulart lembrou das investigações sobre as causas da morte de Jango e celebrou a anulação da sessão de 2 de abril de 1964, quando o ex-presidente foi deposto.

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