A abertura de vagas destinadas ao sexo feminino para o ensino bélico do Exército Brasileiro atraiu 7,7 mil candidatas, média de 192,5 por vaga. A este total somam-se os 21,3 mil homens que também concorrem à Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) - porta de entrada para a carreira de oficial combatente da Força Terrestre.
A primeira etapa do concurso terminou nos dias 10 e 11 deste mês, quando todos os candidatos foram submetidos às provas teóricas, nas disciplinas de português, redação, física, química, matemática, geografia, história e inglês. Após todo processo de correção e publicação de resultados, serão conhecidos os aprovados para a segunda fase, em janeiro de 2017, que constitui a realização da inspeção de saúde e do exame de aptidão física (abdominal, flexão de braço e corrida).
A disputa tem 40 vagas para mulheres e 400 para homens que, ao serem selecionados, passarão um ano na EsPCEx, em Campinas(SP). Concluído este período, os aprovados seguirão para a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ). Após quatro anos, as primeiras mulheres do Serviço de Intendência e do Quadro de Material Bélico sairão aspirantes a oficiais do Exército, caminho para alcançar o generalato.
Para receber o grupo de mulheres, a EsPCEx teve que se adaptar à nova realidade. Segundo o coronel Gustavo Henrique Dutra de Menezes, comandante da escola, a infraestrutura passou por quatro grandes obras: alojamentos, seção de saúde, seção de treinamento físico militar e almoxarifado.
O regulamento também sofreu modificações, como as normas gerais de conduta, entre elas a apresentação individual das alunas, que deverá seguir o Regulamento de Uniformes do Exército (Rue). “Todos os cuidados e as adaptações necessárias para receber as alunas foram realizados”, afirmou o coronel Dutra.
Já a Aman também tem sua infraestrutura adequada para a chegada das primeiras mulheres. Este processo deve ser concluído ao longo do próximo ano.
Mulheres nas Forças Armadas
A Marinha e a Aeronáutica foram pioneiras na inserção de mulheres na linha bélica. Em 2013, a Marinha abriu vagas no concurso da Escola Naval. Engenheiras e intendentes podem chegar até o posto de vice – almirante. A primeira a alcançar um posto de oficial general foi a contra- almirante Dalva Maria de Carvalho Mendes, nomeada em 2012.
A Aeronáutica é a que contempla, hoje, o maior número de mulheres – cerca de 10 mil, dentre as de carreira e temporárias. As primeiras alunas da Academia da Força Aérea (AFA), sediada em Pirassununga (SP), entraram em 2003. Formadas em 2006, as oficiais aviadoras poderão ser promovidas a tenente-brigadeiro em 2046.