Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
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'Eu nunca me entreguei', diz mulher que foi arrastada por carro em SC

22.07.2014
15:04
FONTE: G1

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Maristela Stringhini, a mulher que foi arrastada por 800 metros no começo de abril, completou uma semana em casa, em Lages, na Serra catarinense, após ficar 93 dias internada em hospital de Rio do Sul, no Vale do Itajaí. Após 14 cirurgias, ela teve alta na terça-feira (15) e faz fisioterapia domiciliar. Maristela tem uma história de superação e persistência.

"Eu nunca me entreguei", disse a mulher de 40 anos que teve fraturas expostas e o tórax dilacerado no asfalto, um quadro de politraumatismo com lesões do rosto à altura dos joelhos. Maristela reforçou que sempre passava uma mensagem positiva aos familiares e amigos, para também poder acreditar na própria recuperação."Às vezes eu tava muito mal por dentro, mas para os outros eu dizia: tá tudo bem", afirmou.

"Eu passei por 14 cirurgias muito rápido. O organismo tem um limite para aguentar a medicação e as intervenções. Eu resisti, por mim e pelos outros", disse. Ela afirma que até um mês e meio de tratamento, as pessoas não acreditavam na sua recuperação. Ela teve que se mostrar capaz de enfrentar a dor nos três meses de internação.  "No começo você fica muito sedada, passa por muitas cirurgias juntas. Daí depois que eu acordei, pensei: agora é comigo também".

Carinho da família e amigos

Maristela conta com o apoio de toda a família - o noivo, a filha, mãe e as irmãs - e amigos desde o começo da internação. O amor e o carinho recebidos foram essenciais para a recuperação. "Por enquanto eu não penso em psicólogo. Estou tendo muito amparo. Eu não me sentia no direito de deixar abater, Deus me deu essa oportunidade [de sobreviver]", e assim ela persiste, com a prioridade de melhorar.

O mesmo acidente que a fragilizou fisicamente, a amadureceu emocionalmente. "Eu não vou ser perfeita, mas vou tentar ser uma pessoa melhor". Segundo Maristela, com todas a difilcudades ela percebeu o quando é importante valorizar todos ao seu redor e demonstrar afeto a quem quer que seja. "No que eu puder fazer caridade, ajudar, dentro do possível, para ser uma melhor mulher, esposa, eu farei. Planos não faltam", reforça.

Maristela ainda não conseguiu ler todas as mensagens positivas que lhe foram enviadas. Desconhecidos formaram uma rede de oração em torno da sua recuperação, enviando cartas ao hospital e mensagens em comunidade criada nas redes sociais. No dia de sua alta, 15 de julho, ela foi recepcionada por mais de 60 pessoas na porta do Hospital Regional Alto Vale. "Eu leio as mensagens e desabo no choro. Tem dias que eu começo a ler, daí paro, seguro, deixo pra depois. Mas ainda vou ler todas", diz.

Rotina de recuperação

Todos os dias, Maristela passa por uma intensa rotina de cuidados. Pela manhã, ela toma a medicação e inicia o processo de terapia domiciliar, que segue até a tarde. Boa parte da tarde também é reservada para fazer curativos na parte interna e superior da coxa, local onde ainda há feridas abertas por retirar material para a reconstrução do tórax e braço. 

"Meu acidente foi muito agressivo. O risco de infecção por eu estar com muitas partes expostas era muito grande", afirmou. Em seis meses,  Maristela fará a reconstrução dos seios. "A região estava totalmente exposta e fraturada. Tivemos que puxar musculatura de áreas vizinhas, enxertamos gordura e pele para que, um dia, o local pudesse sustentar uma prótese de mama", disse o cirurgião plástico responsável Amir El Haje.

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