Mato Grosso, 28 de Março de 2024
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Ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada depõe pela 1ª vez na Polícia Federal

31.07.2015
10:25
FONTE: G1

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O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, preso na 15ª fase da Operação Lava Jato, será ouvido nesta sexta-feira (31) pela Polícia Federal pela primeira vez.
A oitiva ocorre no mesmo dia em que termina o prazo para os investigadores concluírem o inquérito da 15ª fase – intitulada Conexão Mônaco.

Zelada foi o sucessor de Nestor Cerveró, também preso pela Operação Lava Jato, na Petrobras. Ele comandou a diretoria Internacional entre 2008 e 2012. O ex-diretor passou a ser investigado após delatores apontarem que ele também havia sido beneficiado pelo esquema de fraude, corrupção, desvio e lavagem de dinheiro dentro da estatal.

Além disso, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal afirmam que Zelada realizou transferências milionárias para China e Mônaco, sem o conhecimento das autoridades brasileiras. Algumas já com a Lava Jato em curso. Foram bloqueados ainda em março deste ano € 10 milhões, em Mônaco, que seriam de Zelada.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Lava Jato, disse em despacho publicado na quarta-feira (22) que até a data a Zelada e a defesa dele não haviam dado explicação sobre as contas secretas no exterior, a origem do dinheiro bloqueado ou uma justificativa para as transferências.

Ao G1, o advogado que representa Zelada, Renato de Moraes, afirmou que Zelada nega completamente qualquer envolvimento no esquema criminoso da Petrobras.

Moraes considera a prisão atemporal desnecessária e diz que o cliente não reconhece a titularidade das contas bancárias que realizaram transferências milionárias no exterior.

As suspeitas

Conforme as investigações, foram transferidos € 11 milhões para Mônaco e outro US$ 1 milhão para a China. Após o início da Operação Lava Jato, Zelada efetuou transferências para contas bancárias no exterior. Entre julho e agosto do ano passado, foram € 7 milhões provenientes de contas em Mônaco, aponta o MPF.

De acordo com as investigações, um saldo milionário em contas no exterior, auditorias internas na estatal e depoimentos de outros suspeitos que firmaram acordo de delação premiada são provas do envolvimento de Zelada no esquema criminoso. Por enquanto, não é sabido o valor exato que Zelada pode ter recebido a partir da corrupção na Petrobras.

Em depoimento à Justiça Federal, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro, disse que Zelada era um dos beneficiários do esquema de corrupção.

O ex-gerente de Serviço da Petrobras Pedro Barusco afirmou que Zelada foi beneficiado à época em que era gerente geral de obras da Diretoria de Engenharia e Serviços.

Todavia, Barusco não soube informar se Zelada continuou a receber vantagens indevidas no cargo de diretor da área Internacional.

De acordo com Barusco, Zelada era beneficiado assim como ele e o ex-diretor de Serviços Renato Duque, que está preso no Complexo Médico-Penal, na Região Metropolitana de Curitiba.

Barusco disse ainda que Zelada negociava diretamente com as empresas em contratos menores na área de exploração e produção. O delator também informou que repassou diretamente a Zelada R$ 120 mil. O pagamento foi efetuado, conforme o delator, em três visitas à casa do ex-diretor.

Segundo o MPF, existe ainda a suspeita de que Zelada tenha recebido propina proveniente de contratos de navio sonda.

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