Mato Grosso, 29 de Março de 2024
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Ex-ministro José Dirceu fica em silêncio na CPI da Petrobras

31.08.2015
15:12
FONTE: G1

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O ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu decidiu permanecer em silêncio nesta segunda-feira (31) e não responder a nenhuma pergunta dos deputados da CPI da Petrobras, que estão em Curitiba para ouvir presos da Operação Lava Jato. Além de Dirceu, os outros quatro presos convocados também ficaram calados.

Dirceu foi detido durante a 17ª fase da operação e foi o primeiro a ser ouvido no auditório da Justiça Federal. “Seguindo orientação do meu advogado, vou permanecer em silêncio”, afirmou aos parlamentares, a cada pergunta feita. Ele foi questionado pela CPI ao lado do advogado Roberto Podval durante 20 minutos. Em seguida, foi liberado.

Dirceu é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) como o responsável pela instituição do esquema bilionário de fraude, corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras. O advogado do ex-ministro afirma que o petista é um "bode expiatório" da operação e que a prisão dele tem "justificativa política".

Delação 

Entre as perguntas feitas a Dirceu, os deputados questionaram se ele fará delação premiada e se ele seria o líder de um esquema de corrupção na estatal. A resposta foi a mesma a todas as questões.

A comitiva de deputados deve ficar na capital paranaense até quinta-feira (3) para, além de ouvir os presos, fazer acareações entre eles. As sessões serão realizadas às 9h. 

Esta é segunda vez que os parlamentares vão a Curitiba para ouvir investigados que estão detidos na cidade. A primeira vez foi em maio.

Silêncio

Assim como o ex-ministro, os demais presos da Lava Jato que foram convocados para este primeiro dia de oitivas ficaram calados.

João Antônio Bernardi Filho, funcionário da empresa italiana Saipem, também decidiu ficar em silêncio. Ele responde a processo junto do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, acusado de se beneficiar do esquema de propinas.

Entre as provas, está o roubo de R$ 100 mil de Bernardi, que estaria a caminho da Petrobras para repassar o valor a Duque. Um dos deputados chegou a perguntar se Bernardi achava que ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, arrancando risadas do investigado.

Otavio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, também decidiu permanecer em silêncio, mesmo se a sessão fosse fechada. Ele virou réu após a 14ª fase da Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro.

Jorge Luis Zelada, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, foi questionado pelos parlamentares sobre a origem de 11 milhões de euros que seriam mantidos por ele em Mônaco e as delações de Pedro Barusco. Ele também não respondeu a nenhuma pergunta.

Elton Negrão de Azevedo, diretor-executivo da Andrade Gutierrez, foi o último chamado e também informou que permaneceria em silêncio sob orientação de seu advogado.

O silêncio de todos os presos causou irritação dos membros da comissão, que falaram em adiantar depoimentos dos dias seguintes e até em mudar a lei.

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