Mato Grosso, 23 de Abril de 2024
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Executivo da Engevix pede a Justiça Federal devolução de R$ 4 milhões

25.11.2014
11:32
FONTE: G1

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  • Gerson de Mello Almada, é suspeito de participar de carteis para licitação da Petrobras
O vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson de Mello Almada, solicitou a Justiça Federal (JF), na noite de segunda-feira (25), o desbloqueio de R$ 4 milhões de contas bancárias. Além disso, ele também solicitou que o sigilo bancário seja retomado. O executivo é um dos 25 investigados, que foram presos durante a sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). Ele está detido em Curitiba e é suspeito de ter participação em um esquema de formação de carteis para licitações da Petrobras e desvio de dinheiro para corrupção de agentes públicos. Na manhã desta terça-feira (25), a Justiça não havia se manifestado sobre o requerimento.

A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocado desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF). A mais recente fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal.

Entre as ações da sétima fase da Lava Jato está a quebra do sigilo bancário e o bloqueio de bens de 16 suspeitos. Conforme determinação do juiz federal Sérgio Moro, cada acusado poderia ter até R$ 20 milhões bloqueados. É neste teto que a defesa, que representa Gerson de Mello Almada, se baseia para solicitar o desbloqueio dos R$ 4 milhões. De acordo com o Banco Central, Almada está entre os executivos com os maiores volumes bloqueados.

De acordo com os advogados, apenas a aplicação financeira do executivo junto ao Banco BNP Paribas é suficientes para cobrir os R$ 20 milhões. “Com o bloqueio do montante máximo estabelecido por este r. Juízo em uma única conta, as demais deveria ficar livres da constrição judicial”, diz trecho da petição assinada pelos advogado Fábio Tofic e Débora Perez.

Desde 14 de novembro, quando se iniciou a sétima fase da Lava Jato, a Justiça Federal do Paraná já bloqueou R$ 81.486.046,45 de suspeitos. O diretor-presidente da Área Internacional da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, foi quem teve o maior valor bloqueado: R$ 11,6 milhões. Na sequência, está Almada. O Bradesco bloqueou R$ 7,3 milhões em aplicações, e a Justiça já havia bloqueado R$ 22,6 milhões em contas do dirigente.

As suspeitas

Gerson Almada foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef como o interlocutor junto à Engevix dentro do cartel de construtoras que atuavam nas obras da estatal. Ele já solicitou ao Poder Judiciário o pedido de liberdade, o que foi negado tanto no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, quanto no Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

A empresa, junto com a Galvão Engenharia e a Queiroz Galvão informou, por meio de documentos encaminhados à CPI mista da Petrobras, no Congresso Nacional, que fez pagamentos a empresas ligadas aos delatores da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ambos são apontados como as peças-chave no suposto esquema de desvio de dinheiro da estatal. No documento enviado à CPI, as empreiteiras não informaram aos parlamentares se os repasses seriam para pagar propina. 

A Engevix afirmou ter celebrado contratos de consultoria com duas empresas do doleiro Alberto Youssef. Estes contratos tinham o objetivo, de acordo com a empreiteira,  de auxiliar na execução das obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Porém, as empresas são apontadas pela Polícia Federal como “laranjas”. A Engevix também negociou com uma terceira empresa do doleiro, a Empreiteira Rigidez, desta vez pelo consórcio Integradora URC. O contrato foi celebrado em outubro de 2009, com valor de R$ 4,8 milhões, dos quais R$ 3,2 milhões foram pagos.

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