Mato Grosso, 29 de Março de 2024
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Falta gestão para tirar projetos do papel, diz Eduardo Campos em SC

31.07.2014
09:41
FONTE: G1

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  • Eduardo Campos esteve em Itajaí na noite desta quarta-feira (30)
Em visita a Santa Catarina nesta quarta-feira (30), o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos,  criticou o modelo de gestão do país e defendeu as reformas tributária e política, inclusive com o fim da reeleição. "Os projetos estão aí, o que falta é capacidade de gestão para tirá-los do papel e colocá-los em prática na vida brasileira", disse.

O político esteve em Itajaí, no Vale do Itajaí (SC), para o lançamento da campanha do cadidato a senador Paulo Bornhausen, também do PSB, que no estado apoia o candidato a governador Paulo Bauer, do PSDB. Questionado sobre o duplo palanque, já que Bauer apoia o candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB), Campos argumentou que o PSB respeita a realidade regional das alianças.

"Não imagino que meu partido tenha força para disputar junto com a Rede em todos os estados na federação. Respeitamos a decisão tomada em cada estado, em função de cada realidade. Se fizéssemos de outra maneira, as pessoas poderiam ter ficado impactadas. Dizer assim: nós vamos ser presididos por alguém que não respeita nem a democracia interna do seu partido, avalie então quando chegar à Presidência da República", disse o candidato do PSB.

Campos também afirmou que não acredita que ter um candidato a governador que apoia um adversário possa influenciar sua votação no estado. "Não tem essa relação direta que as pessoas imaginam, isso é uma visão tradicional da política. As pessoas não votam assim, tanto que as pesquisas identificam votos cruzados, para um governador de um partido, um deputado de outro, um presidente de outro", comentou.

Propostas para SC        

Perguntado sobre as propostas que tem para Santa Catarina, Eduardo Campos destacou a logística de transportes como prioridade, para fortalecer o agronegócio. Segundo ele, se eleito, a intenção é investir em ferrovias e na duplicação de rodovias como as BRs 280 e 470 e ferrovias. 

"Esse é um estado que há muitos anos luta pela duplicação de duas BRs basicamente. Que luta pela integração dos seus portos à área do desenvolvimento do agronegócio, que é uma área espelho e exemplo para o Brasil. Que submete àqueles que fazem a produção de proteínas, seja na suinocultura, avicultura, ter que passar pela seguinte situação: que um saco de milho que custa R$ 11 no Mato Grosso chega aqui na porta das granjas por R$ 24 por conta dessa logística", disse.

"E não é nada de extraordinário, são 100 e poucos quilômetros de ferrovias, são alguns quilômetros de rodovias, que ficam sendo negados desta forma. Nosso compromisso é poder fazer um conjunto de ações articuladas com o governo do Estado, com os municípios, para dar a competitividade que precisamos dar à economia catarinense. E ela só virá com esse apoio, com um olhar mais generoso do Brasil com um estado que tem sido muito importante para o desenvolvimento desse país", comentou.

Contra o presidencialismo de coalizão

Questionado se iria governar sozinho, junto com o partido da Marina Silva, caso fosse eleito, Eduardo Campos defendeu uma renovação política e voltou a criticar o presidencialismo de coalizão, referindo-se à divisão de postos de comando entre os partidos aliados no Executivo para obter apoio no Congresso.

"O presidencialismo de coalizão esclerosou, é um software que não roda mais. Quem governa hoje tem que governar com a sociedade e interagir com a sociedade cada vez mais digital, que quer participar, que quer controlar as despesas. Minha primeira atitude como governador do Pernambuco foi abrir as contas públicas em um portal que se transformou em referência para as entidades de transparência no Brasil", disse ele. 

Para Campos, isso se reflete em apoio da sociedade. "Quando você age de maneira inovadora na gestão pública, chamando a participação da sociedade, você vai buscar energia renovadora. O apoio da sociedade se transforma em apoio político. Toda vez que o Brasil ousou a mudar e renovou a política, melhorou. O saiu da ditadura porque ousou renovar a política", afirmou. 

"Eu tive um governo com 90% de aprovação que tinha 70% de apoio na Assembleia Legislativa. O que é estranho é um governo como o da Dilma que tem menos de 30% de apoio na sociedade e tem mais de 90% nas casas legislativas. E esse apoio não funciona para votar, porque ela passou um ano sem conseguir votar nada no Congresso. Bastou a juventude ir pra frente da Esplanada do Congresso que em 15 dias eles votaram o que em um ano e não faziam", afirmou.

Reformas

Em relação às mudanças, Campos ainda defendeu duas principais reformas: tributária e política, esta última com o fim da reeleição. "Precisa ser feita sem ser uma reforma eleitoral. O Brasil fala disso, mas só decide perto de eleições, e ninguém vai fazer uma regra que lhe prejudique. Um primeiro e imediato compromisso é o fim da reeleição com mandatos coincidentes de cinco anos. Com isso você cria partidos nacionais no Brasil, cria um outro ambiente de debate, para se discutir a reforma política como sistema de governo, modo de financiamento, se é voto em lista, se é voto distrital misto. No segundo momento, onde a gente possa, já com um novo Congresso, fazer esse tipo de debate", explicou.

Para a reforma tributária, Campos defendeu mudanças graduais. "Vou enviar no primeiro mês uma proposta ao momento ao Congresso Nacional, para garantir que o Brasil tenha um sistema tributário onde não haja cumulatividade, onde haja simplificação de procedimentos, onde não haja oneração dos investimentos, das exportações, onde possa garantir princípios que tornam o sistema tributário mais saudável", comentou.

Segundo ele, a proposta é que as mudanças sejam implementadas ao longo do tempo, para evitar conflitos com prefeitos, governadores e Ministério da Fazenda. "Precisamos fazer a reforma e aprovar e combinar que entre em vigor por partes, constituíndo um fundo de transição, como se fez em outras nações do mundo que construiram reformas tributárias", disse.

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