Parentes de Ana Carolina Cassino, de 23 anos, cobram explicação de um hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, após a morte de jovem neste domingo (17). Para a família, a demora de 24 horas para a realização de uma cirurgia de apendicite pode ter provocado o óbito. O Conselho Regional de Medicina (CRM) disse que vai abrir uma sindicância para apurar o caso.
Ana Carolina foi levada para a unidade quando começou a sentir dores fortes na barriga. Os exames confirmaram a suspeita de apendicite. No fim da noite, a jovem foi transferida para outra unidade, onde seria operada na tarde de sábado (16). Estranhando a demora da operação parentes decidiram procurar o chefe do CTI.
Segundo eles, o médico disse que pela idade e pelo que foi constatado nos exames a jovem poderia esperar até 48 horas. Especialistas, no entanto, dizem que apendicite é caso de urgência cirúrgica e que a operação tem que ser feita no máximo em seis horas.
Duas horas antes do procedimento, Ana Carolina começou a passar mal. “Ela começou a sentir muitas dores, começou a gritar de dor, porque chega uma hora que a medicação não consegue controlar. Ela teve uma hipotensão severa, que é a queda brusca da pressão”, contou o noivo, Leandro Nascimento Farias.
Quando a operação aconteceu, a infecção já tinha se espalhado pelo corpo. “Quando foi às 5h da manhã do domingo, a infecção a consumiu toda a ponto dela ter uma parada cardíaca e ela veio a óbito”, disse Leandro.
De acordo com o atestado de óbito, Ana Carolina teve um choque séptico, ou seja infecção generalizada. A família também diz que o hospital se negou a entregar o prontuário médico, alegando que era preciso uma ordem judicial.
Casamento marcado
A jovem, de 23 anos, era farmacêutica e estava com o casamento marcado para o fim do ano. "É complicado, é revoltante, eu tenho apenas 24 anos e já sou viúvo. Ela tinha 23 anos, tinha toda uma vida inteira pela frente, acabou dessa maneira estúpida”, lamentou Leandro Nascimento Farias.
A diretoria médica do Hospital Unimed-Rio informou que todo o processo de atendimento à paciente está sob apuração e que trabalha para esclarecer o fato o mais breve possível. A diretoria também disse que lamenta profundamente o ocorrido e que se solidariza com a família.